O mais antigo congresso realizado por universitários portugueses nas áreas biomédicas está prestes a arrancar na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP). Entre os dias 15 e 18 de setembro, centenas de jovens investigadores e dezenas de “brilhantes” cientistas vão partilhar experiências, conhecimentos e aprendizagens em mais uma edição do Young European Scientist Meeting (YES Meeting).

Ao longo de quatro dias, mais de 600 jovens cientistas de todo o mundo vão ter a oportunidade de “ver, ouvir e aprender com os melhores de cada área”, num programa que engloba oito sessões científicas, a apresentação de 200 trabalhos de investigação, uma competição clínica e científica, dezenas de workshops e um roteiro histórico e cultural para descobrir a cidade do Porto.

Este ano, um dos principais destaques será a participação, à distância, de William Kaelin, cientista galardoado com o Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina, em 2019, pelas descobertas sobre como as células se adaptam a diferenças de oxigénio, e de Drew Weissman, um dos responsáveis pelo desenvolvimento das vacinas contra a COVID-19 da Pfizer/BioNTech e da Moderna.

A palestra de Chidiebere Ibe, sobre o tema “Etnicidade na Medicina”, agendada para domingo (18 de setembro), às 9h00, é outro dos momentos mais aguardados da atual edição.

O jovem estudante de medicina nigeriano, que iniciou os estudos na Universidade Médica de Kiev, foi notícia no último ano por ter retratado em ilustrações a anatomia, a patologia e a fisiologia da pele negra, combatendo a falta de diversidade étnica nos manuais escolares. Segundo dados recentes, menos de 5% das ilustrações em livros de medicina representam pessoas negras.

Chidiebere Ibe confessa-se um apaixonado por ilustrações contemporâneas de pacientes e foi aclamado globalmente por criar a ilustração de um feto negro que se tornou viral. (Foto: DR)

“Alargar horizontes na investigação biomédica”

“A cada edição do YES Meeting, o objetivo principal passa por alargar as possibilidades de carreira na investigação biomédica e na prática clínica dos estudantes”, assegura Beatriz Silva, presidente da comissão organizadora.

Para a estudante de Medicina, “acaba por ser mesmo uma mais-valia para o percurso académico de qualquer futuro médico ou investigador poder contactar e aprender com cientistas e profissionais tão reconhecidos em cada área e aperfeiçoar diversas técnicas e habilidades ao longo deste congresso”.

A 17.ª edição do YES Meeting arranca esta quinta-feira (15 de setembro), às 14h30, com a tradicional sessão solene de abertura.