E se?… Vamos passar uma semana a fazer perguntas? A imaginar e a conceber respostas alternativas possíveis? De 21 a 25 de novembro, é de história alternativa que falamos na terceira edição da Semana Cultural da Hipótese, evento inserido no âmbito da segunda Conferência Internacional de História ‘E se?…’ Mundial (WhatIf’22) e que vai percorrer vários espaços do edifício histórico da Reitoria da Universidade do Porto e da Casa dos Livros.

Unindo esforços de vários centros de investigação da U.Porto e de investigadores das faculdades de Belas Artes (FBAUP), Ciências (FCUP), Economia (FEP) e Letras (FLUP), o Whatif ’22 – reúne ideias pioneiras de autores desde as Filipinas ao México e integra os Dias da História Alternativa – Winepunk & Companhia.

A história com componente criativa

No dia 21, às 19h00, há um Salão Literário “de la Belle Époque du Vinotherapie”. Vai ser na Biblioteca do Fundo Antigo (Reitoria). O que podemos adiantar? Já passaram mais de 100  anos sobre o fim de uma guerra civil que opôs o Norte ao Sul encabeçada por monárquicos vs republicanos. Durante este período, a monarquia do Norte retomou o hábito da Belle Époque dos salões literários onde escritores, políticos, artistas e outras personalidades se encontravam. O que vamos fazer? Reviver este momento.

Para participar, basta adotar uma personagem literária (da cronologia oficial ou inventada), que se ajuste ao universo Winepunk. A participação é gratuita, embora limitada a um número máximo de participantes, sendo a inscrição obrigatória através do e-mail [email protected]

No dia seguinte, 22 de novembro, à mesma hora e no mesmo local, Rui Macário vai apresentar-nos o Museu do Falso. É isso mesmo: o Museu do Falso. Encarado como “experiencia para-laboratorial no domínio museológico”, trata-se de um Museu de História da cidade (Viseu) com contribuições à premissa de “Simulacro”. E se? E se um determinado evento tivesse decorrido de forma diferente da que efetivamente se verificou? Assim se promovem “documentos/artefactos” que nos levam a revisitar a história com uma componente criativa. Entrando nesta dualidade entre o “Falso” e o “Verdadeiro”, discute-se a pertinência das estruturas museológicas, o papel dos agentes criadores e a própria noção de história.

A Biblioteca do Fundo Antigo (À Reitoria) volta a ser um dos palcos do “What If”. (Foto: DR)

O WhatIf’22 tem início formal na quarta-feira, dia 23 de novembro, às 14h30, com um seminário internacional na Casa dos Livros, ao Campo Alegre, organizado pelo CETAPS (Centre for English Translation and Anglo-Portuguese Studies),que contará com a presença da Vice-Reitora com o pelouro da Cultura da U.Porto, Fátima Vieira.

Irene Flunser Pimentel, mestre em História Contemporânea (Séc. XX) e doutorada em História Institucional e Política Contemporânea da UNL estará presente na sessão de abertura para abordar o tema Revolução! e História Alternativa. Dia 24, com curadoria de Silvia Simões e Ana da Silveira/AMP Rodriguez, às 16h00, inaugura na Casa dos Livros, a exposição Catastrophe Honorável.

O seminário vai prolongar-se até 25 de novembro e contará com a presença de investigadores como Ana S. Moura, Sérgio Neto, Marinela Freitas, José Luís dos Santos, Pedro Sampaio, entre outros.

Também no dia 25 de novembro, no mesmo recuperado Palacete Burmester, irá falar-se sobre a história que foi e aquela que poderia ter acontecido, dentro daquelas paredes. Ainda na sexta-feira, ao final da tarde, há outra proposta: vamos ao cinema? Voltamos à “casa mãe” para, às 19h00, assistir ao filme A mãe é Que Sabe. O realizador Nuno Rocha estará presente para uma conversa que será moderada por Sandra Maria Teixeira.

Voltamos ao dia 23, para acrescentar que às 19h00, na Casa Comum, haverá música. A criatividade sonora do DJ Sardão vai transportar-nos até à década de 1920 do século passado.

programa completo do WhatIf ’22  – Semana Cultural da Hipótese pode ser consultado aqui.

A importância de pensar uma história alternativa

As histórias de “E se…” têm constituído uma forma privilegiada de exploração artística e filosófica do impacto dos acontecimentos da História, passados ou futuros.

Os vários What´If criaram espaço para todas as áreas do conhecimento explorarem o que poderia ter acontecido como forma de conhecimento do que realmente aconteceu. As hipóteses são também uma forma de sublinhar o “fake” que desmonta o que não deve continuar a desinformar.

Aprimeira Conferência Internacional de História ‘E se?…’ Mundial (What If’21) decorreu em 2021, na Faculdade de Belas Artes da U.Porto.