Maria de Lurdes Correia Fernandes (na imagem, de preto, atrás do Rei Felipe VI) foi um dos 58 académicos homenageados pelo seu contributo para a promoção da língua e da cultura hispânicas. (Foto: DR)

A Vice-Reitora da Universidade do Porto e professora catedrática da Faculdade de Letras (FLUP), Maria de Lurdes Correia Fernandes, foi uma das personalidades distinguidas pelo Rei Felipe VI de Espanha no âmbito da Homenagem ao Hispanismo Internacional, uma iniciativa promovida pela Fundação Duques de Soria como forma reconhecer o contributo de académicos de todo o mundo para a promoção da língua e da cultura hispânicas.

Professora catedrática da FLUP tem dedicado grande parte do seu trabalho académico e científico ao estudo das culturas ibéricas da Época Moderna. (Foto: Egidio Santos/U.Porto)

Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas e doutorada em Cultura Portuguesa dos séculos XV a XVIII pela FLUP, Maria de Lurdes Correia Fernandes tem dedicado grande parte do seu trabalho académico e científico ao estudo das culturas ibéricas da Época Moderna. Autora de diversos estudos sobre o tema, foi ainda Presidente do Instituto de Estudos Ibéricos da FLUP e Diretora da revista Península: Revista de Estudos Ibéricos (2002-2008).

Foi precisamente essa forte ligação ao estudo da cultura ibérica que valeu à atual Vice-Reitora da U.Porto a presença entre os 58 hispanistas de 35 países diferentes homenageados no Palacio Real de El Pardo. “Estou muito honrada por ver que o trabalho científico e académico que desenvolvi ao longo da minha carreira na FLUP foi reconhecido como relevante e por ser a única portuguesa ao lado de prestigiados hispanistas internacionais, alguns dos quais figuras de referência mundial no domínio da investigação e divulgação das literaturas e culturas hispânicas”, destaca a docente.

Na intervenção que dirigiu aos homenageados, Felipe VI classificou este ato simbólico  como “um sincero, profundo e sincero tributo a um grande grupo de doutores e graduados de universidades de todo o mundo que, sem serem – na sua maioria – falantes de espanhol, dedicaram apaixonadamente a sua vida profissional a promover a nossa língua e a nossa cultura”.

De acordo com o monarca espanhol, “estes «hispanistas não-hispânicos» disseminam, a partir das suas universidades e instituições, o seu conhecimento e entusiasmo pela herança cultural e histórica hispânicas”, contribuindo deste modo para “promover o alcance universal de nossa cultura” e para “para reforçar o prestígio dos países de língua espanhola”.

Frisando que “é essencial que o povo hispânico – os mais de quinhentos milhões de pessoas que falam espanhol como língua materna – valorizem a tarefa desses autênticos embaixadores culturais”, Felipe VI encerrou a sua intervenção enfatizando  a “importância de uma maior colaboração entre a comunidade científica e académica dos países hispânicos com os hispanistas internacionais”.

A Homenagem ao Hispanismo Internacional teve lugar no passado dia 26 de setembro, tendo sido precedida por uma receção pelos Duques de Soria na Casa da América e por uma visita VIP ao Museu do Prado (dia 25) e por uma sessão de trabalho na Real Academia Espanhola (manhã do dia 26). Para além de Felipe VI, participaram na cerimónia os Duques de Soria, o ministro espanhol da Ciência, Inovação e Universidades, Pedro Duque, o diretor da Real Academia Espanhola, Darío Villanueva, o presidente da Fundação Duques de Soria, Rafael Benjumea, os embaixadores de diversos países, entre outras personalidades.

Recorde-se que Maria de Lurdes Correia Fernandes foi também Presidente do Conselho Diretivo da FLUP (2005-2006) e Presidente do Conselho de Administração da Fundação Arquitecto José Marques da Silva (2008-2014). Entre 2006 e 2014, desempenhou funções como Vice-Reitora da Universidade do Porto para a área da Formação e Organização Académica, cargo ao qual regressou este ano, agora para liderar o pelouro da Formação e Organização Académica e Relações Internacionais. Em 2013, foi nomeada pelo Papa Francisco para integrar o Comité Pontifício de Ciências Históricas, tornando-se a primeira portuguesa eleita para este órgão da Cúria Romana que junta um  grupo restrito de especialistas internacionais em História Religiosa.