Chama-se Conhecimento Crepuscular e é um álbum de desenhos de Valter Hugo Mãe. São desenhos que resultam de frases que interromperam o sono. Frases, algumas delas, enigmáticas, de ideias que estão em gestação, mas querem nascer já. Que têm de nascer. Também é assim a necessidade da escrita que agora se verte em desenho.  A apresentação acontece no próximo dia 7 de dezembro, às 21h30, na Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto. A entrada é livre.

A relação do escritor com as artes plásticas tem vindo a demonstrar-se cada vez mais intricada, sendo que, desta vez, o que se edita é uma coleção de 100 desenhos sob o signo de textos anotados no tempo do sono e do sonho.

A apresentação do livro cabe ao projeto de criação do Museu Internacional de Arte Contemporânea da Póvoa de Varzim. Trata-se de uma edição de luxo, limitada a 100 exemplares, numerada e assinada pelo autor, em caixa de madeira lacada contendo um desenho original. Além destes 100 exemplares serão disponibilizados alguns livros sem caixa nem desenho original.

Sobre Valter Hugo Mãe

Valter Hugo Lemos é escritor, editor, artista plástico e cantor. Nasceu em Angola, passou a infância em Paços de Ferreira e, em 1980, mudou-se para Vila do Conde. Licenciou-se em Direito e fez uma Pós-Graduação em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Em 1999 fundou com Jorge Reis-Sá a Quasi edições, em 2001, co-dirigiu a revista Apeadeiro e, em 2006, fundou a editora Objecto Cardíaco.

Para além da escrita, tem-se dedicado ao desenho, com uma primeira exposição individual de 2020, no Convento de Corpus Christi, em Vila Nova de Gaia, e à música. Estreou-se como voz do grupo O Governo em janeiro de 2008, no Teatro do Campo Alegre, no Porto.

É um dos mais destacados autores portugueses, com obra traduzida em variadíssimas línguas. É autor dos romances: As doenças do Brasil; Contra mim (Grande Prémio de Romance e Novela – Associação Portuguesa de Escritores); Homens imprudentemente poéticos; A Desumanização; O filho de mil homens; a máquina de fazer espanhóis (Prémio Oceanos); o apocalipse dos trabalhadores; o remorso de baltazar serapião (Prémio Literário José Saramago) e o nosso reino. Para todas as idades, escreveu: Contos de cães e maus lobos; O paraíso são os outros; As mais belas coisas do mundo; Serei sempre o teu abrigo e A minha mãe é a minha filha.

Tem a poesia reunida no volume publicação da mortalidade. Assina a crónica Autobiografia Imaginária, no Jornal de Letras, e Cidadania Impura, na Notícias Magazine.

O ciclo Ouvir, 59 minutos de imersão poética, que a Casa Comum apresenta em parceria com a Porto Editora, tem curadoria de Valter Hugo Mãe.