A Universidade do Porto vai ser um dos palcos principais do Festival MIMO, um evento que, na sua estreia absoluta na cidade do Porto, convida a população para um programa variado de atividades culturais, a decorrer de 23 a 25 de setembro,

Através do olhar de artistas multidisciplinares nascidos na região, de diferentes etnias, tendo como pano de fundo a maior floresta tropical do mundo – denominado Casa Comum Amazónia -, grande parte das atividades são dedicadas à Amazónia brasileira.

Começamos logo pela manhã de sexta-feira, dia 23 de setembro, edifício da Reitoria da U.Porto. Às 10h00, na Casa Comum, há um workshop (com a ucraniana Valentina Lisitsa) dedicado à música clássica, tecnologia e redes sociais. À mesma hora, mas no Auditório Ruy Luís Gomes, estará a decorrer outro workshop dedicado ao britânico Channel One.

No mesmo dia, mas na Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Vida do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP), acontece, a partir das 11h00, o Fórum de Ideias dedicado ao tema da Amazónia. A sessão consiste numa conversa com o diretor artístico Renato Rocha e o autor do projeto “Condomínio da Terra” Paulo Magalhães. A moderação caberá a Fátima Vieira, Vice-Reitora com o pelouro da Cultura da U.Porto.

À tarde, pelas 14h00, a Casa Comum acolhe um workshop sobre Artes Visuais e Tecnologia, com a multifacetada artista Roberta Carvalho: Já a partir das 19h30, é para fechar os olhos e ouvir a música de Miles Davis. Entra em cena o trompetista e compositor luso-brasileiro Gileno Santana. Vamos ficar com “Kind of Blue” ao vivo e na íntegra, com uma banda que reproduzirá os acompanhamentos de Bill Evans, Wynton Kelly, John Coltrane, Paul Chambers e Jimmy Cobb.

À noite, pelas 22h00, narizes apontados ao céu. Vamos até à fachada Sul do edifício da Reitoria, entrada para o Polo Central do MHNC-UP, ao jardim da Cordoaria, para assistir ao espetáculo de Video Mapping Casa Comum – Amazónia., resultado de uma colaboração multicultural e multimídia entre o diretor brasileiro Renato Rocha, o estúdio de arte digital londrino SDNA e dez artistas da Amazónia.

E vai valer a pena ficar um pouco mais. Às 23h30, no Jardim da Cordoaria, há outro espetáculo de Vídeo Arte a não perder: o projeto Symbiosis, de autoria da artista visual Roberta Carvalho.

Performance “Casa Comum Amazónia!” (Foto: DR)

Um manifesto pela Amazónia

Sábado, 24 de setembro, é dia de concerto das Mulheres que Fazem Barulho. Mas há mais! Da parte da manhã, às 11h00, o Fórum de Ideias regressa à Galeria da Biodiversidade para uma conversa entre Rafael Bqueer (investigador especializado no domínio da performance e as suas interceções com questões raciais e ativismo LGBTQIA+) e Allan Barbosa, membro da direção da Associação Queer Tropical e da organização da Marcha LGBTQIA+ em Aveiro. A sessão será moderada pelo diretor artístico do Teatro Experimental do Porto, Gonçalo Amorim.

À tarde, às 14h00, na Casa Comum, haverá uma Masterclass de guitarra clássica com Plínio Fernandes, que irá abordar aspetos técnicos, teóricos, rítmicos e harmónicos vinculados ao violão. Não saia do lugar porque às 16hoo há um workshop de cítara, símbolo da música indiana, com Nishat Khan, um dos maiores virtuosos da cítara no mundo.

Uns andares acima, no Auditório Ruy Luis Gomes, começa às 16h30 outro Fórum de Ideias, com a participação de três vozes que, pelas suas ações políticas, canções e pensamentos trabalham para “transformar o triângulo dorido num triângulo dourado”: África, América e Europa. Falamos de Ray Lema, Chico César e Mário Lúcio.

No Jardim da Cordoaria, há ainda duas performances que não vai querer perder: Ponto final, ponto seguido, pela artista indígena Uýra Sodoma, pela primeira vez em Portugal, às 16h00; e às 18h00, a performance De corpo Presente, manifesto pela Amazónia, com Rafael Bqueer.

Depois do concerto das Mulheres que Fazem Barulho, tempo para ir jantar. E, caso não tenha visto no dia anterior, volte, às 22hoo, para assistir ao espetáculo de Video Mapping Casa Comum – Amazónia.

Don Letts, Maria João e Mário Laginha a fechar

No domingo, não sendo tarefa fácil, lá vai ter de optar. A partir das 10h00, o Auditório Ruy Luís Gomes (à Reitoria) oferece um workshop que junta tradições árabes e africanas com o jazz e a eletrónica. À mesma hora, vai ouvir- Canto Lírico brasileiro (teoria, prática e performance) na Casa Comum. Já o Salão Nobre acolherá uma residência artística que explora a questão: Qual o sentido de tratarmos o planeta como Casa Comum?

Uma hora depois, às 11h00, na Galeria da Biodiversidade o Fórum de Ideias junta Emerson, biólogo e indígena da Amazônia Central, com Fernando Sequeira, investigador no Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (BIOPOLIS/CIBIO-InBIO). O moderador será Juan Luis Toboso, Curador Sénior da Galeria Municipal de Arte Contemporânea do Porto.

Regressamos à Casa Comum às 14h00 para  outro Fórum de Ideias que nos traz uma “lenda viva”. Vencedor de um Grammy, consagrado documentarista e realizador, DJ, músico e apresentador da BBC Rádio 6 Music, Don Letts vai conduzir a audiência numa viagem pelo seu pensamento e obra. Que, de resto, será possível acompanhar, às 15h30, através a exibição do filme Reber Dread, de William Badgley.

Às 18h00, há outro concerto que promete casa cheia no Pátio do Museu, Polo Central do MHNC-UP. Maria João e Mário Laginha tomam conta do palco. Quase trinta anos depois do início da parceria, Maria João e Mário Laginha estão de regresso para um concerto de uma cumplicidade que vai bem para lá do jazz.

Maria João & Mário Laginha dão concerto no Pátio do Museu. (Foto: DR)

No total, o Festival MIMO vai apresentar mais de 60 atividades gratuitas, entre concertos, dj sets, sound systems, workshops, residências, palestras, vídeo mapping, videoarte, performances e tecnologia dedicadas à Amazónia.

Cerca de metade das atividades do evento acontecem nos espaços da U.Porto e arredores. Para conhecer “o que a Casa oferece”, basta espreitar aqui.

O programa completo do Festival MIMO e as inscrições para os eventos fazem-se aqui.