Depois de, também este ano, ter renovado o primeiro lugar como instituição que mais submete pedidos de patente na Europa, a Universidade do Porto e os seus institutos associados voltam a destacar-se na área da Proteção de Propriedade Intelectual. Segundo o Barómetro de Patentes Made in Portugal, publicado este mês pela Inventa Internacional, 71 dos pedidos de patentes (nacionais e internacionais) tiveram origem na U.Porto. Números referem-se a pedidos de patente publicados em 2019 e não submetidos.

O relatório destaca uma forte presença das universidades portuguesas como as entidades que mais submetem pedidos de patente tanto em Portugal como na Europa, Estados Unidos e China (países nos quais se centrou a análise). Dos 71 pedidos associados à U.Porto, 47 respeitam a invenções provenientes das Faculdades da Universidade e 24 do INESC TEC.

Os seguintes lugares no top 20 são ocupados pela Universidade do Minho e pela Novadelta – Comércio e Indústria de Cafés, ambas com 46 pedidos, pela Universidade de Lisboa, com 31, e pela Universidade de Aveiro, com 25.

Estes dados mostram o significativo investimento que a Universidade do Porto dedica a proteger o conhecimento, área a que a U.Porto Inovação se dedica desde 2004 quando falamos nas unidades orgânicas.  O INESC TEC, que ficou na nona posição do ranking, fundou o seu Serviço de Apoio ao Licenciamento em 2013 e tem como missão valorizar os resultados de I&D gerados, sendo a patente um mecanismo de protecção muito importante.

Há 20 anos em crescimento

Os pedidos de patente em Portugal têm tido um aumento significativo nos últimos anos, revela o Barómetro da Inventa. Se no ano 2000 estavam abaixo de 100, em 2018 esse número aumentou para quase 900 pedidos. De salientar também que 29,5% dos pedidos de patente com origem em Portugal nos últimos 18 anos foram concedidos.

As áreas científicas que mais motivaram pedidos de proteção neste período são a Indústria Farmacêutica – com um claro destaque de 1039 pedidos – seguida da Engenharia Civil, com 704, da Química Fina e Orgânica, com 591 e das Tecnologias Médicas, com 565. Em 2019 houve também um domínio da região Norte no que toca à proveniência de pedidos de patente, com 46%, seguida pela região de Lisboa (21,7%) e da região Centro (16,5%).

O Barómetro da Inventa Internacional revela ainda que os pedidos de patente feitos por cidadãos nacionais lideram o número de pedidos de patente em Portugal, face a pedidos apresentados por empresas estrangeiras, e têm vindo a aumentar ao longo dos anos.

Proteger o que de melhor se faz na Universidade do Porto

Segundo o Relatório de Atividades da U.Porto Inovação, só em 2019 a U.Porto submeteu 22 pedidos de patente nacional junto do Instituto de Proriedade Industrial (INPI), sendo primeiro ou segundo titular desses processos. Foram ainda submetidos 19 pedidos de extensão internacional (PCT) e 67 pedidos internacionais em territórios como Europa, Estados Unidos, Canadá ou China. Graças a estes números, a U.Porto alcançou, em 2019, a marca das 700 patentes submetidas tanto a nível nacional como internacional.

Já no que toca a concessões, foram cinco as patentes concedidas em Portugal e 49 internacionais na Europa, Estados Unidos, China ou Japão. Tendo em conta todas as novas patentes submetidas, mas também as que foram caindo ao longo do ano, a Universidade do Porto terminou 2019 com 339 patentes ativas no seu portfólio.