Os nascimentos muito prematuros têm sido associados a um risco mais elevado de problemas como paralisia cerebral, deficit visual e auditivo, dificuldades cognitivas, alterações psiquiátricas e dificuldades sociais.

O ISPUP (Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto) e o INESC TEC participaram no desenvolvimento de um projeto europeu – financiado pelo Horizonte 2020 (9 milhões e 700 mil euros) – que pretende melhorar o estado de saúde, desenvolvimento e qualidade de vida de crianças e jovens nascidos muito prematuramente (menos de 32 semanas de gestação) ou com muito baixo peso (menos de 1500g).

Com uma duração de quatro anos, o RECAP (Research on European Children and Adults born Preterm) visa integrar, harmonizar e analisar os dados de cerca de 20 coortes europeias sobre crianças e jovens muito prematuros e respetivas famílias, informação que tem vindo a ser recolhida desde 1980 até ao presente, conjuntamente com dados de registos nacionais.

Os nascimentos muito prematuros têm sido associados a um risco mais elevado de problemas como paralisia cerebral, deficit visual e auditivo, dificuldades cognitivas, alterações psiquiátricas e dificuldades sociais. Ao mesmo tempo, começam a acumular-se evidências de que a saúde mental, a qualidade de vida, o relacionamento social e as oportunidades de emprego podem também ser prejudicadas nesta população, embora sejam passíveis de prevenção.

O ISPUP, um dos grupos liderantes do RECAP, tem a seu cargo a avaliação dos diferentes métodos de recolha de dados utilizados pelas coortes de crianças muito prematuras que integram o projeto e o estudo do nível de participação populacional nestas coortes. O Instituto irá também testar o efeito de novas soluções tecnológicas na possibilidade de obter informação continuada e de qualidade.

A conceção e desenvolvimento da plataforma informática do projeto está a cargo do INESC TEC. Esta plataforma alia a mais recente tecnologia de gestão e partilha de dados, assim como ferramentas que reforçam a capacidade de investigação e a participação alargada de stakeholders, incluindo investigadores, clínicos, decisores, crianças e jovens muito prematuros e respetivas famílias.

Para além do ISPUP e do INESC TEC, o RECAP conta com um consórcio de parceiros de 12 países europeus, entre os quais a Universidade de Warwick (Reino Unido), o INSERM (França), a Universidade de Leicester (Reino Unido), o THL (Finlândia) e o Instituto Karolinska (Suécia).