“Há vários estudos que demonstram que uma larga proporção dos estudantes universitários tem alguma perturbação no âmbito da sua mental. Portanto a universidade tem procurado dar resposta a estes problemas”. As palavras são de José Castro Lopes, Pró-Reitor da Universidade do Porto, e estiveram em evidência durante a III Jornada do Grupo de Intervenção Psicológica da Universidade do Porto (GIP.UP), que decorreu no passado dia 14 de fevereiro, no Centro de Investigação Médica da Faculdade de Medicina da U.Porto

Inserida no Programa Integrado para a Promoção da Saúde e Bem-estar da U.Porto, a área da saúde mental constitui hoje “uma prioridade” para a atual equipa reitoral”. “Este ano letivo, por exemplo, já alargámos as consultas de psicologia. neste momento, todos as os estudantes dos pólos da Asprela e do Campo Alegre têm acesso a consultas de psicologia e, no polo central, esse apoio é assegurado pelos SASUP [Serviços de Ação Social da U.Porto]. Para além da consulta de psicologia, temos também  as consultas de psiquiatria dos SASUP”, enuncia José Castro Lopes.

Para o Pró-Reitor, o papel da Universidade não pode, contudo, resumir-se às consultas. “A prevenção é muito mais importante do que a terapêutica, e é nesse sentido que estamos a desenvolver várias ações de sensibilização e de formação, com o objetivo de reduzir o estigma da doença mental”, exemplifica.

“É normal procurar apoio psicológico”

A liderar este esforço da Universidade está o Grupo de Intervenção Psicológica da U.Porto, um organismo criado em 2018 e que reúne os profissionais de várias unidades orgânicas responsáveis pela prestação de apoio ao estudante nas suas mais diversas valências.

“O GIP.UP pretende pensar e refletir sobre a prática da intervenção psicológica. Pretendemos perceber as dificuldades dos estudantes, mas também dos funcionários docentes e não docentes, com o fim último de promover mais saúde mental, quer numa linha da prevenção, quer numa linha de intervenção e de resolução de problemas”, apresenta a coordenadora, Sílvia João.

Para aquela responsável, “é normal procurar apoio psicológico, é normal ficar mais deprimido e ansioso. É normal ter dificuldades em resolver problemas. Mas há [dentro da U.Porto] quem possa ajudar, ouvir, e pensar em conjunto para encontrar soluções para esses problemas”.

 “Não é vergonha admitir que se tem um problema de saúde mental”, foi também a mensagem deixada pelo músico Pedro Abrunhosa e pelo psiquiatra Daniel Sampaio na conversa que encerrou a III Jornada do GIP.UP.