O que têm em comum Lena D’Água, Ana Deus, Anabela Duarte, Manuela Azevedo ou Xana? Todas elas têm lugar reservado na história do rock nacional e fazem parte do grupo de 16 mulheres cujas carreiras musicais vão ser celebradas, a partir do dia 8 de março – Dia Internacional da Mulher -, na Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto, no âmbito da exposição Mulheres que Fazem Barulho!.

Organizada pela Casa Comum e pelo Instituto de Sociologia da U.Porto, esta exposição inédita nasce com o propósito de homenagear “mulheres relevantes do rock português” desde o pós-25 de abril até à atualidade. Para isso, propõe-se a contar as suas histórias através discos, cassetes, roupas, adereços, rabiscos de letras, pautas, baquetas, instrumentos musicais, entre outros objetos marcantes nas respetivas carreiras.

Para ajudar o visitantes, a exposição encontra-se dividida em quatro “quadros temáticos”, a partir dos quais é possível percorrer os percursos de cada uma das homenageadas.

Recuando aos primórdios do rock “made in Portugal”, “Viver Depressa, Morrer Tarde” dá o mote para o “quadro” que celebra os trajetos “longos e bem sucedidos” de Ana da Silva (The Raincoats), Anabela Duarte (Mler Ife Dada) e Ondina Pires (Pop Dell’Arte, Ezra Pound & A Loucura e The Great Lesbian Show).

 Ex-vocalista dos Mler Ife Dada, Anabela Duarte aventurou-se por sonoridades tão distintas como o pop-rock, o fado, a encenação artística de poesia e o canto lírico. (Foto: Patrícia Guimarães)

Mais à frente, o convite é para “Berrar mais Alto” pela voz de quatro “mulheres carismáticas – músicas, cantoras, performers ou intérpretes, instrumentistas, compositoras – que deixaram marcas da sua voz nas cenas do rock português”. São elas Ana Deus (Ban, Três Tristes Tigres), Xana (Rádio Macau), Manuela Azevedo (Clã) e Beatriz Rodrigues (Dirty Coal Train).

Vocalista dos Rádio Macau, Xana é uma das vozes mais icónicas do rock português. (Foto: Álvaro Rosendo)

    Nesta viagem no tempo pela história da música portuguesa, o visitante irá também cruzar-se com “mulheres que recusaram a imagem estereotipada e objetificada que as cenas do rock lhes queriam impor”. “Cansei de Ser Sexy” é o grito de revolta que conduz à descoberta de Cláudia Guerreiro (Linda Martini), Sandra Baptista (Sitiados e A Naifa) Lena D’Água e Marta Abreu (Voodoo Dolls e Mão Morta).

    Por fim, há ainda espaço para celebrar “promessas da música e do que está por vir”. As “Sementes do Futuro” são lançadas por Carolina Brandão (Sunflowers), Elsa Pires (Bee Keeper), Mariana Santos, Dulce Moreira e Ana Clément (CRudE).

    Carolina Brandão é a baterista dos Sunflowers. (Foto: Yann Cabello)

    Com curadoria artística de Alexandre Lourenço e curadoria cientifica de Paula Guerra, professora do departamento de Sociologia da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP), Mulheres que Fazem Barulho! ficará patente ao público de 9 de março a 30 de setembro, no auditório da Casa Comum (Sala Casa Comum).

    A exposição, que será acompanhada por um programa de eventos paralelos (a anunciar brevemente), pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 17h30, e ao sábado, das 15h00 às 18h00.

    A entrada é livre.