No ano letivo 2021/2022, cerca de 1400 estudantes, recém-diplomados, docentes, técnicos e investigadores da Universidade Porto vão ter a oportunidade de realizar um período de mobilidade académica em 43 países de todo o mundo, ao abrigo de bolsas Erasmus+,  cujo valor ascende a mais de 2,5 milhões de euros.

Numa altura em que ainda não estão encerradas as convocatórias para o 2.º semestre de 2021/2020, a Universidade tem já previstas 1347 mobilidades OUT. Um valor que se situa nos níveis pré-pandemia.

Num contexto fortemente condicionado pela pandemia de COVID-19 (ver abaixo), “estes números refletem a importância que as atividades de mobilidade têm para a política de internacionalização da U.Porto e todo o trabalho desenvolvido pela Universidade nesta área”, começa por destacar Maria Joana Carvalho, Pró-Reitora para as áreas das Relações Internacionais e Desporto.

“O facto de a mobilidade representar uma valorização altamente diferenciadora a diversos níveis (pessoal, académico e profissional) tem contribuído para um maior interesse por parte da comunidade académica da U.Porto”, justifica a responsável, lembrado que “a Universidade procura que toda a sua comunidade académica possa usufruir de uma experiência de mobilidade”:

E se uma mobilidade Erasmus+ permite aos estudantes e recém-diplomados “adquirir novas competências e ferramentas socioculturais e linguísticas, aumentar as suas perspetivas de carreira”, ou “contactar com outras realidades, métodos de ensino e curricula”, os benefícios chegam também aos cada vez mais professores, investigadores e técnicos da Universidade que usufruem destas oportunidades.

“A nível da mobilidade de staff, uma mobilidade permite reforçar a cooperação com várias IES europeias; a capacitação do corpo docente e técnico; a inovação pedagógica e curricular da oferta formativa; etc.”, lembra Maria Joana Carvalho

Contas feitas, “uma experiência Erasmus+ tem um impacto claro nos indivíduos, mas também na própria Universidade e impactos mais alargados a nível nacional/europeu, daí que a sua importância seja reconhecida por todos”, conclui a Pró-Reitora.

Cerca de 1000 estudantes da U.Porto vão rumar a 43 países nos próximos meses, no âmbito de bolsas de mobilidade OUT. (Foto: Egidio Santos/U.Porto)

Mas a “história” das mobilidades da U.Porto 2021/2022 não ficaria completa sem os 1379 estudantes, docentes, investigadores e técnicos proveninentes de 64 países que, ao longo dos próximos meses, vão realizar um período de mobilidade (IN) na instituição. Entre as nacionalidades mais representadas no novo “contingente” internacional da Universidade destaca-se o Brasil, com 283 estudantes, seguido de perto pela Espanha (249) e pela Itália (184).

A U.Porto continua assim a afirmar-se como um destino de referência para milhares de estudantes de todo o mundo. Uma “capacidade de atração” que Maria Joana Carvalho, se justifica desde logo pela “excelência académica da Universidade nas mais diversas áreas”, “reconhecida através do notável posicionamento em vários rankings internacionais”.

“Somos uma Universidade altamente multicultural, aberta à sociedade e ao mundo, o que faz com que muitos participantes nos procurem. Além de todas as mais-valias ligadas à U.Porto, um dos fatores que contribui para a atratividade da Universidade é sem dúvida a própria cidade do Porto. Além de ter um custo de vida reduzido, a cidade tem inúmeras oportunidades para oferecer a quem nos procura”, enumera ainda a Pró-Reitora.

Resistir à pandemia em nome da internacionalização

Os números agora revelados ganhar uma relevância ainda maior se enquadrados num contexto marcado pela pandemia de COVID-19 que, ao longo do último ano e meio, tem condicionado fortemente a mobilidade das populações e, em particular, dos estudantes e restantes membros da comunidade académica.

“Para mitigar os efeitos da Covid-19 e garantir um apoio adequado a todos os participantes em mobilidade, a U.Porto reinventou-se e adequou-se à «nova realidade», tendo ajustado procedimentos, documentação e ferramentas”, entre outras “soluções inovadoras que possibilitaram dar uma resposta eficiente a alguns dos desafios provocados pela pandemia”.

“Esta atitude proativa e o apoio prestado a todos os participantes antes, durante e após as suas mobilidades, permitiram a implementação de mobilidades bem-sucedidas e permitirão o sucesso das mobilidades implementadas em 2021/2022”, projeta Joana Carvalho.

Perspetivando o futuro pós-pandemia, a Pró-Reitora não hesita em considerar a mobilidade académica como “um elemento chave para aumentar, de forma harmonizada, consistente e progressiva, os níveis de internacionalização da U.Porto”, contribuindo para que esta seja “cada vez mais considerada como uma Universidade de referência e reconhecida pela excelência da sua formação muito para além das fronteiras do nosso país”.

Aposta de meio milhão no Erasmus “misto”

O investimento da U.Porto no domínio da mobilidade académica não se esgota, contudo, nos 2,5 milhões de euros que a U.Porto vai gerir no próximo ano letivo ao abrigo de bolsas de mobilidade. A este há ainda que somar o quase meio milhão de euros  que está a ser aplicado na instalação de equipamentos audiovisuais de última geração, de modo a garantir um maior apoio às atividades Erasmus+ em formato de mobilidade mista (blended mobility).

Em implementação até final de 2021, este projeto ambicioso prevê a instalação de 75 “salas Erasmus” distribuídas pelo campus da Universidade, das quais 57 já estão em funcionamento deste o segundo semestre do ano letivo passado.

Na prática, os estudantes IN são os que mais beneficiam da utilização deste equipamento já que, estando fisicamente no Porto, ou até nos seus países de origem (dependendo da situação pandémica na Europa), poderão acompanhar as aulas online lecionadas a partir das salas instaladas nas várias unidades orgânicas.

Já os estudantes OUT serão igualmente abrangidos pela utilização dos equipamentos por meio de ações de monitorização e de follow-up promovidas pelos responsáveis das mobilidade.

Para Maria Joana Carvalho, estes novos equipamentos representam  “um novo passo de qualidade ao nível do trabalho que já fazemos. Por um lado, vamos conseguir reforçar a nossa oferta de atividades de acolhimento e de acompanhamento diferenciadas, abrangendo mais estudantes, presencialmente ou a distância”.

“Por outro lado, a Universidade vai também dar respostas a novas necessidades que a pandemia veio evidenciar,  nomeadamente do ponto de vista do bem-estar físico e psicológico dos nossos estudantes”, resume a Pró-Reitora, deixando uma garantia: Mesmo à distância, estaremos sempre perto!”.