A família da Universidade do Porto tem mais de mil novos membros. No passado dia 22 de fevereiro, a Reitoria da Universidade do Porto engalanou-se para acolher oficialmente os estudantes de todo o mundo que, ao longo do segundo semestre, vão estudar na instituição ao abrigo de programas de mobilidade estudantil. Os mais de mil estudantes que acabam de chegar à U.Porto juntam-se a um universo que conta agora com quase 6 mil estudantes e investigadores internacionais oriundos de mais de 90 países, o que representa cerca de 18% da comunidade académica da instituição.

“Esperamos vivamente que se sintam em casa.” Foi a vice-reitora para as Relações Internacionais e Formação e Organização Académica da U.Porto, Maria de Lurdes Correia Fernandes, quem, em nome da casa, deu as boas-vindas aos mais recentes estudantes da instituição. Perante um Salão Nobre totalmente lotado, a responsável estendeu a saudação à “larga comunidade de estudantes internacionais” na U.Porto, que são “quase 6 mil”, “cerca de metade de mobilidade”, o que, de acordo com a vice-reitora, demonstra inequivocamente “a nossa abertura ao mundo” e um resultado imediato de uma das políticas da instituição: “temos valorizado muito a presença de estudantes internacionais na universidade”, o que faz parte também de um “esforço para termos para os nossos estudantes um ambiente multicultural.”

Na U.Porto, os estudantes internacionais encontrarão uma universidade que oferece uma “formação de excelência”, facto que é devidamente reconhecido por “quase todos os rankings internacionais” nos quais “a Universidade do Porto é a primeira universidade portuguesa”. Para além disso, e como exemplo da arte de bem receber, Maria de Lurdes Correia destacou as atividades culturais e desportivas que promoverão a integração dos novos estudantes.

Para a vice-reitora, este é “um tempo especial para estudar”, mas, acrescentou, também “para conhecer a cultura portuguesa.” Por isso, desafiou todos os presentes a desfrutar da U.Porto, a desfrutar da cidade, “uma das mais belas do mundo”, e, no final, a tornarem-se os novos “embaixadores da nossa universidade” nos seus países de origem. “Desfrutem da aventura e sejam felizes”, concluiu.

Já no pátio interior da Reitoria da U.Porto, onde foram recebidos com uma animada atuação da Tuna Académica da Faculdade de Direito da Universidade do Porto (TAFFDUP), os estudantes aproveitaram o momento para experimentar produtos gastronómicos tipicamente portugueses, mas também para dançar e para conviver. Afinal, por aqui, circula gente dos quatro cantos do mundo.

Um desses estudantes é Abayomi Adebiyi. A imagem que tinha do Porto era a de uma “cidade bonita, histórica”, uma cidade que o nigeriano sentiu que algum dia teria de conhecer e sentir por dentro. E o que acha Abayomi da cidade, agora que já cá está? O Porto “é… uau! Espantoso.” No entanto, reforça que o objetivo principal que o traz da África do Sul, onde estuda, é, obviamente, o de completar com sucesso o segundo ano do seu doutoramento na área da Engenharia Electrotécnica, que vai frequentar na Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP).

Quem também pretende descobrir os segredos que a cidade esconde é o checo Martin Ježek. Este estudante de Engenharia Mecânica vem de Praga com a intenção de prosseguir os seus estudos na FEUP, mas também de “mergulhar” a fundo na cidade, provar a gastronomia e contactar com os portuenses. A vontade de conhecer a cultura portuguesa foi um dos motivos que o trouxe, mas também há outro, igualmente forte: o oceano.

De bem mais longe vem a chinesa Li Xynian. Confessa que não sabia muito sobre a Universidade e sobre a cidade, mas que uma breve pesquisa na internet a convenceu. Já chegou há dias, mas ainda se confessa boquiaberta com o que a rodeia. “É mesmo muito muito vintage. Muito histórica. Todos os edifícios… Até as estradas! É tão diferente da China. “É mesmo bonito”.  Em relação ao tempo que irá passar no Porto, a estudante de Ciências da Comunicação vai aproveitar para viajar pelo país e espera que a barreira linguística não a impeça de aproveitar ao máximo as aulas na Faculdade de Letras da U.Porto

E como colega na mesma faculdade terá Arpine Tumanyan, estudante de Línguas e Literaturas, que chega da Arménia. Arpine aproveita para elogiar os portugueses, que considera “muito amáveis”. Aliás, confessa que Portugal é o seu país favorito, razão pela qual está decidida aprender a língua de Camões. E também “adoro o Cristiano Ronaldo!”, declara-se, por entre um riso envergonhado.

Sem sombra de timidez. mas igualmente entusiasmada com a receção preparada pela Universidade do Porto, mostra-se Jessica Maya Jones, outra nova estudante de Letras, onde vai estudar Literatura Portuguesa e Espanhola. Depois de dançar ao som da já famosa versão da “Burguesinha” intrepretada pela TAFDUP a partir canção do brasileiro Seu Jorge, Jessica revela as suas origens, ainda que o seu particular sotaque inglês já a tenha denunciado: é londrina. Ao contrário de outros estudantes, reconhece que não sabe muito sobre a cidade, mas tem a noção de que a Universidade do Porto “é muito boa.” “Então pensei: por que não?” E as primeiras impressões do local e da instituição dão razão à sua intuição. “Adoro, é mesmo bonito” e “as pessoas são muito mais simpáticas do que em Londres.” As expectativas são, portanto, elevadas. “Estou ansiosa por tudo”, declara: “conhecer gente diferente, passar uns bons tempos e, claro, estudar”.