Fornecer uma solução eficaz e de baixo custo para monitorizar as correntes marítimas de superfície e as suas características dinâmicas, em qualquer parte do mundo. É este o principal objetivo do projeto europeu MELOA, participado pelo INESC TEC e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

A tecnologia, baseada em derivadores flutuantes (semelhantes a boias), “resiliente e diversificada”, pode ser utilizada em diferentes ambientes marítimos, desde o mar profundo até zonas mais terrestres, incluindo áreas costeiras, ribeiras e zonas de desportos aquáticos, segundo Artur Rocha, investigador do INESC TEC.

O dispositivo pode medir parâmetros como as correntes marítimas ou litorais, variações da temperatura e a altura das ondas, dependendo de cada situação.

Outra inovação associada a esta tecnologia passa pela possibilidade  destes dispositivos se autoalimentarem, através da energia das ondas.

A solução que agora começou a ser desenvolvida pode vir a ser utilizada por institutos de investigação, administrações portuárias, agências de monitorização, cientistas e, no limite, qualquer pessoa que tenha interesse monitorizar algum parâmetro à sua escolha, encaixando assim no conceito de ‘citizen science‘.

O papel da equipa do INESC TEC, coordenada por Artur Rocha, consiste no desenvolvimento do ‘software‘ para gestão das campanhas de recolha de dados e a integração num catálogo de dados a disponibilizar pela DEIMOS Engenharia.

O projeto MELOA – Multi-purpose/Multi-sensor Extra Light Oceanography Apparatus, enquadra-se no âmbito do programa Horizonte 2020, tem a duração de 39 meses e um orçamento global de 4,7 milhões de euros.

Além do INESC TEC, da DEIMOS Engenharia e da FEUP (através do Instituto de Sistemas e Robótica) o projeto conta ainda com o Instituto Hidrográfico, da Ocean Scan, da Composite Solutions, da Collecte Localisation Satellites (entidade que gere a rede de satélites Argos), da Universidade Politécnica da Catalunha e da SmartBay Ireland.