24 de agosto de 1820. Às primeiras horas da madrugada, grupos de militares dirigem-se para o campo de Santo Ovídio  (atual Praça da República), reivindicando entre outras coisas, o regresso imediato da Corte (liderada por D. Pedro IV, então no Brasil) a Portugal e a elaboração de uma constituição para o país. Começava assim a Revolução Liberal no Porto, momento histórico que, duzentos anos depois, vai ser agora celebrado por toda a cidade numa iniciativa encabeçada pela Câmara Municipal do Porto, tendo a Universidade do Porto como instituição parceira.

Entre exposições, conferências, congressos, colóquios e concertos, estão previstas cerca de 50 atividades, a decorrer em diferentes locais da Invicta. Tudo isto numa “programação diversa e aberta a todos”, como referiu Rui Moreira, presidente da CMP, durante a sessão de apresentação da iniciativa, que decorreu no passado dia 14 de janeiro.

Sessão de cinema na Reitoria

Na U.Porto, as comemorações vão centrar-se no edifício da Reitoria e incluem um ciclo de cinema intitulado Memória, Cidadania e Liberdade“. No total, serão exibidos sete filmes que abordam as questões da liberdade, da cidadania e da memória no Portugal do século XX e XXI, “em diferentes vertentes e sob o olhar de realizadores portugueses.”

Os filmes serão exibidos entre abril e julho de 2020, sempre à sexta feira, pelas 21h00, na Casa Comum. Após cada sessão, haverá lugar para um debate com a presença do realizador e de alguns convidados.

Organizado por Jorge Campos (professor da ESMAE – Escola Superior de Música, Artes e Espectáculo, do Instituto Politécnico do Porto) e Maria João Castro (investigadora do Instituto de História de Arte da Universidade Nova de Lisboa), o ciclo arranca no dia 24 de abril com a exibição do filme Revolução de Maio (1937), de António Lopes Ribeiro. A sessão será comentada por Manuel Loff  e Tiago Baptista, docentes e investigadores Tiago Baptista da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP) e do Instituto de História COntemporânea  da Universidade Nova de Lisboa, respetivamente.

Segue-se a apresentação de Jornal Português, n.º 1 (1938) e O Meu Coração Ficará no Porto (2008), de Jorge Campos, a 14 de maio; Jornal Português, n.º 18 (1940) e Uma Abelha na Chuva (1971), de Fernando Lopes, a 22 de maio; Bom Povo Português (1975), de Rui Simões, a 5 de junho; Cartas da Guerra (2016), de Ivo Ferreira, a 20 de junho; e Jornal Português, n,º 90 (1950) e Cinco Dias, Cinco Noites (1996), de José Fonseca e Costa, a 3 de julho.

Com entrada livre, o ciclo encerra no dia 17 de julho com a exibição de Jorge (2016), de Marco Martins, e 25 de Abril: uma aventura para a Demokracya (2004), de Edgar Pêra.

Uma cidade em festa 

O ciclo de cinema na Reitoria será então uma das muitas ações que, durante os próximos meses, vão revisitar a Revolução Liberal um pouco por toda a cidade. Entre as iniciativas previstas destaca-se ainda o Congresso InternacionalA Construção da(s) Liberdade(s,)“, que vai realizar-se em maio, na Biblioteca Almeida Garrett. Este evento é organizado pela Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP) e tem como comissário o historiador Gaspar Martins Pereira, professor catedrático da FLUP.

Ponto alto das comemorações será também a exposição1820. Revolução Liberal do Porto“, que vai estar patente 20 de fevereiro a 6 de setembro, na Casa do Infante. Esta exposição, que contará com um programa de visitas guiadas, propõe-se a “repor a verdade dos factos sobre 1820, a partir da historiografia portuense”.

O programa de eventos inclui ainda o Desfile de São Bartolomeu, na Foz do Douro (23 de agosto). Já a 6 de setembro , a Avenida dos Aliados acolhe o “Concerto de Pronunciamento“, que promete ser outro dos pontos altos da celebração.

O programa completo pode ser consultada aqui.