Dia da Universidade 2015 (Reitor)

Discurso do Reitor teve como base algumas das “mais de 170 medidas e ações já em curso ou projetadas para o quadriénio” pela equipa reitoral.

A inauguração do espaço requalificado entre a Faculdade de Engenharia e a Faculdade de Economia (polo da Asprela), a aposta no ensino à distância, o lançamento das bases do futuro Museu da Universidade, o reforço de políticas de fomento à investigação e a criação da Feira de Emprego da Universidade do Porto. Estes são alguns dos projetos que vão marcar o futuro da U.Porto a curto prazo, conforme foi anunciado pelo Reitor, Sebastião Feyo de Azevedo, nas celebrações do Dia da Universidade 2015, realizadas no passado dia 25 de março, no edifício da Reitoria.

Como sempre, foram muitas as personalidades do círculo político e cultural nacional que marcaram presença na sessão solene que assinalou os 104 anos da U.Porto, celebrados oficialmente 22 de março. Uma efeméride que, ao longo da tarde, foi revisitada nas múltiplas intervenções e distinções que marcaram o programa da cerimónia.

No seu primeiro discurso do Dia da Universidade enquanto Reitor [ver discurso completo],  Sebastião Feyo de Azevedo começou por realçar os 104 anos de história da U.Porto, afirmando que a instituição “viveu uma sucessão de acontecimentos notáveis e realizações virtuosas, uma evolução que a levou a ser hoje uma instituição conhecida e respeitada nos cinco continentes(…)”. Palavras que deram o mote para um balanço dos primeiros nove meses de mandato e uma antevisão das futuras prioridades da Universidade, traduzida no anúncio nalgumas das “mais de 170 medidas e ações já em curso ou projetadas para o quadriénio”.

Antes disso, e perante uma plateia encabeçada pelo Secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, Sebastião Feyo de Azevedo deixou uma reflexão sobre a conjuntura atual de austeridade e os desafios que esta traz à U.Porto. Nesta linha, apontou o dedo ao contrato-programa assinado entre o Estado e a Universidade em 2009, onde os ministros das finanças e da ciência e ensino superior se comprometeram a um investimento complementar de 100 milhões de euros em cinco anos. Investimento esse que não se concretizou, apesar de a U.Porto ter cumprido, independentemente do contexto económico e social, “ a sua missão institucional e de registar progressos sobretudo ao nível do ensino, da investigação científica e da valorização económica do conhecimento” . Facto que levou o Reitor a manifestar o seu desagrado perante o facto de que “o nosso contributo para o desenvolvimento nacional e para o conhecimento da humanidade se quede aquém das nossas imensas capacidades, por força de condicionantes externas e internas, que temos que resolver, serenamente, mas com determinação”.

dia_uporto_2015_cortejo

A cerimónia doa Dia da Universidade abriu com o tradicional Cortejo Académico.

No entanto, circunstâncias como as de hoje pedem” ousadia e mudança”, e por isso, Feyo de Azevedo não deixou de referir as “imensas oportunidades” que se colocam no horizonte da Universidade. Apoiado nos números que traduzem a vitalidade da U.Porto em áreas como formação, internacionalização ou a investigação, o Reitor realçou a aposta estratégica da instituição em vetores como o desenvolvimento socioeconómico, substanciada no trabalho realizado por estruturas como o UPTEC, ou a dinamização das relações externas no âmbito de plataformas de colaboração como o consórcio U.Norte.pt, onde a U.Porto junta forças às suas congéneres as do Minho (UM) e Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

A preservação do património e a cultura pautam-se como duas outras prioridades da Universidade, tendo como faces mais visíveis a requalificação do espaço entre a Faculdade de Engenharia e a Faculdade de Economia, e o “projeto ambicioso” para o Museu da Universidade do Porto. O reforço das infraestruturas desportivas, a dinamização da relação com os estudantes e antigos estudantes, e a aposta em estruturas de apoio à empregabilidade foram outras das grandes preocupações reveladas na intervenção de Feyo de Azevedo que, do ponto de vista da governação, destacou ainda o “ importante processo de reformulação dos Serviços Comuns da Universidade”.

Antes do Reitor, e a abrir a cerimónia, o Presidente do Conselho Geral, Juiz Conselheiro Alfredo José de Sousa, deixou elogios [ver discurso completo] ao trabalho concretizado até agora pela equipa reitoral, mas alinhou também nas críticas ao Estado pelo incumprimento do contrato celebrado com a Universidade no âmbito da passagem da U.Porto a fundação Assumindo a pele de antigo Presidente do Tribunal de Contas, Alfredo José de Sousa aproveitou a oportunidade para “denunciar publicamente” o que considera uma “escandalosa situação de incumprimento orçamental de Estado.”

O orador convidado da sessão foi Jorge Wagensberg, Diretor do Museu Hermitage-Barcelona, centrou o seu discurso na “ The Intellectual Joy and the Scientific Method” e dividiu a vida universitária em três fases distintas: o estímulo, a conversação e a compreensão. Mencionou o estímulo como algo “fundamental para iniciar qualquer processo (…). A conversação é o segundo momento, onde vemos as diferentes maneiras de observar o mundo, seguindo-se da compreensão, onde se ensina o comum entre coisas diferentes”. Jorge Wagensberg terminou a sua intervenção, afirmando que “momentos de conversação fácil são momentos grandiosos para a humanidade”.

A sessão solene do Dia da Universidade  contou ainda com as intervenções de Carlos Tavares [ver discurso completo], presidente da CMVM e membro do Conselho de Curadores da Universidade, de Gustavo Carona, membro dos Médicos Sem Fronteiras que falou na qualidade de Antigo Estudante da Faculdade de Medicina, Adriano Bordalo e Sá, professor e representante da Comissão de Trabalhadores da U.Porto, e de Daniel Freitas, presidente da Federação Académica do Porto, que comungaram no elogio aos 104 anos da Universidade do Porto

O Dia da Universidade foi também o momento para a entrega de várias distinções da U.Porto como o Prémio de Excelência Pedagógica, o Prémio de Cidadania Ativa ou o Prémio Incentivo, destinado aos melhores estudantes do primeiro ano de cada faculdade.  Pelo meio houve espaço para a atribuição da Medalha de Mérito da U.Porto a Zeferino Ferreira da Costa, e para a Proclamação dos novos Professores Eméritos da Universidade: António Quadros Ferreira (FBAUP),  Eduardo Oliveira Fernandes, Carlos Costa e José Marques dos Santos.