Perto de um quarto (23,5%) dos artigos científicos portugueses publicados entre 2016 e 2020 em publicações internacionalmente reconhecidas saíram das faculdades e unidades de investigação da Universidade do Porto. A conclusão resulta da análise aos últimos indicadores disponibilizados pela Web of Science – WoS (SCI-EXPANDED, SSCI e A&HCI), uma base de dados que permite a pesquisa de milhões de referências bibliográficas de revistas e resumos nas várias as áreas do conhecimento.

No período em análise, a U.Porto publicou 25.249 documentos de todos os tipos (mais 1544 do que entre 2015 e 2019) – 20.635 dos quais citáveis – indexados na Web of Science. Ao longo do quinquénio, a produção científica da Universidade cresceu a uma taxa média anual de 5,3%, para todo o tipo de documentos, e de 6,3% nos documentos citáveis.

Constante é também a preponderância da U.Porto no total nacional de publicações científicas indexadas entre 2016 e 2020 (23,1% em todos os tipos de documentos e e 23,5% nos documentos citáveis), com percentagens anuais sempre próximas ou até superiores a 24%.

Restringindo a análise a 2020, foram registados um número recorde de 25.498 documentos científicos (entre os quais 180 citáveis, dos tipos article ou review) produzidos em Portugal. Destes, 5.807 (4.872 citáveis) contaram com a participação de investigadores, docentes ou estudantes da Universidade do Porto.

Ainda assim, 2016 foi o ano aquele em que a produção científica da Universidade teve um maior “peso” a nível nacional, chegando aos 24,5% em todos os tipos de documentos e aos 24,9%% nos documentos citáveis.

Investigação com impacto…

Dos dados agora disponibilizados no relatório “Produção científica da Universidade do Porto indexada na Web of Science 2016-2020″ ressalta ainda o forte impacto que a investigação da U.Porto regista junto da comunidade científica nacional e internacional.

Na verdade, mais de quatro em cada cinco (80,8%) dos documentos científicos publicados pela U.Porto entre 2016 e 2020 foram citados pelo menos uma vez até janeiro de 2022 (no caso dos documentos citáveis, esta proporção sobe para 93,8%. Em média, o número de citações por documento foi de 15,49 (todos os tipos) e 18,5 (documentos citáveis) ao longo do período estudado.

Refira-se igualmente que 398 (1,9%) dos documentos citáveis da U.Porto publicados entre 2016 e 2020 são Highly Cited Papers, ou seja, estão entre os top 1% mais citados da sua área científica e ano de publicação. Neste caso, a contribuição da Universidade representa 27,8% dos Highly Cited Papers produzidos em Portugal.

Por outro lado, 48,4% dos papers da U.Porto e 53,5% dos documentos citáveis estavam disponíveis em acesso aberto.

… e com os olhos no futuro

Relativamente às áreas científicas, a maior parte da produção científica da U.Porto incide sobre o domínio das ciências médicas e da saúde (41% de todos os tipos de documentos e 32% dos documentos citáveis). Seguem-se as ciências exatas e naturais (35% e 39%, respetivamente) e as ciências da engenharia e tecnologias (16% e 18%).

A atualidade e a pertinência  da investigação produzida na Universidade reflete-se igualmente no facto de 50,6% dos documentos (todos os tipos) e 56,1% (documentos citáveis) publicados pela U.Porto no período em análise, contribuírem, segundo a classificação do InCites, para pelo menos um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Os ODS mais “presentes” na investigação da U.Porto são a Saúde de qualidade (39% dos documentos de todos os tipos e 42% dos documentos citáveis), a Igualdade de género (6% e 7%, respetivamente), a proteção da vida marinha e a proteção da vida terrestre, com 5% e 6%, respetivamente,

Colaborações científicas ganham força

De realçar é também o facto de mais de metade da produção científica da U.Porto – 53,2% dos documentos de todos os tipos e 57,3% dos documentos citáveis – ser desenvolvida em parceria com instituições de todo o mundo.

A este nível destaca-se a Espanha, presente em 30% dos documentos científicos publicados pela U.Porto em colaboração internacional. Seguem-se o Reino Unido com 25%, os Estados Unidos da América com 24%, Brasil com 19%, Alemanha e Brasil com 18%, e França com 17%.

Ainda no domínio das colaborações, registaram-se, entre 2016 e 2020, 446 documentos (incluindo 337 citáveis) resultantes de colaborações entre a U.Porto e a indústria, o que corresponde a certa de 1,8% de toda a produção científica da Universidade.

Gerida pela empresa norte-americana Clarivate, a Web of Science é atualizada diariamente com todos os artigos de âmbito científico (nas áreas de Ciências, Ciências Sociais e Artes e Humanidades) publicados em revistas previamente avaliadas.

No topo da Ciência

A Universidade do Porto conta atualmente com 48 unidades de investigação, tendo 43 delas (90%) recebido as classificações “Excelente” ou “Muito Bom” nas últimas avaliações independentes da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

A afirmação da U.Porto enquanto principal produtor de Ciência em Portugal é, de resto, “certificada” pelos mais importantes rankings internacionais de produção científica no Ensino Superior. Prova disso é o desempenho da Universidade nas últimas edições dos prestigiados QS World University Ranking (QSWUR), ShanghaiRanking’s Global Ranking of Academic Subjects, e, mais recentemente, do National Taiwan University Ranking | NTU Ranking.

A U.Porto viu também aprovadas 17 candidaturas no mais recente Concurso para atribuição de Estatuto de Laboratório Associado (LA), promovido pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). No seu conjunto, estes 17 Laboratórios Associados agora aprovados mobilizam um total de 4458 investigadores doutorados e vão receber um financiamento complementar de 10,2 milhões de euros anuais, ao longo de cinco anos.