A Universidade do Porto está a trabalhar no desenvolvimento de oportunidades de “mobilidade virtual” que permitam aos seus estudantes “mover-se digitalmente” entre as salas de cada faculdade, mas também de outras universidades parceiras. Isso mesmo foi confirmado pela Vice-Reitora com os pelouros da Formação e Organização Académica e Relações Internacionais, Maria de Lurdes Correia Fernandes, durante 2.º Colóquio de Práticas Pedagógicas promovido, no passado dia 21 de janeiro, pela Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP).

“Nós temos um campus em que, apesar de tudo, os estudantes estão relativamente longe uns dos outros”. Nesse sentido, avança a Vice-Reitora, “queremos aproximar as nossas áreas científicas, propiciando a um estudante da Ciências, por exemplo, a realização de uma unidade curricular em Engenharia, sem ter que sair da sua faculdade”.

Na prática, o estudante “poderá acompanhar uma sala de aula virtual com colegas de outras faculdades”, promovendo-se desta forma “uma maior interação interdisciplinar dentro da instituição”.

Erasmus digital

A aposta na mobilidade virtual não se limitará, contudo, às fronteiras da U.Porto. Até porque surge numa altura em que os números apontam para uma estagnação dos fluxos (In e Out) da mobilidade estudantil física na Europa. “O que temos verificado é que a mobilidade física (passar um determinado tempo da formação fora) implica muitos custos para os estudantes”, justifica Maria de Lurdes Correia Fernandes.

Em alternativa, avança a Vice-Reitora, “queremos que o estudante possa mover-se digitalmente por outras salas de outras universidades, encontrar-se e interagir com os estudantes dessas universidades”.

Essa é, de resto, uma realidade que deverá começar a ser implementada, muito brevemente, no âmbito da European University Alliance for Global Health (EUGLOH), o ambicioso consórcio do qual a U.Porto é membro fundador, juntamente com as congéneres de Paris-Saclay (França), LMU Munique (Alemanha) Lund (Suécia) e Szeged (Hungria).

Numa primeira fase, aquela que será uma das primeiras 17 alianças de universidades do continente focar-se-á mesmo na promoção da mobilidade de estudantes, docentes e investigadores entre as cinco universidades envolvidas, combinando as deslocações físicas de curta duração com mobilidades virtuais.

Foco na educação à distância

O ensino à distância foi, então, um dos temas fortes do 2.º Colóquio de Práticas Pedagógicas  da FCUP que, durante uma tarde, procurou refletir e discutir os desafios associados à mobilidade de estudantes na U.Porto, bem como possíveis soluções que permitam uma efetiva mobilidade e experiências enriquecedoras para os estudantes.

E o exemplo veio da própria Faculdade de Ciências. “Dentro da nova orgânica da faculdade, foi criado um núcleo de tecnologias educativas que, ao longo de 2020, vai tornar o ensino à distância uma mais-valia para a FCUP”, garantiu Ana Cristina Freire, diretora da faculdade.

Lembrando aqueles que são “os objetivos principais da FCUP para 2020”, a responsável assume como prioridades “aumentar o nosso grau de internacionalização, não só através de estudantes de mobilidade, como também através de estudantes de grau”. Uma meta que também passa pela “componente do ensino distância, que queremos implementar não só a nível nacional como internacional”.

Organizado pelo Conselho Pedagógico da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), este colóquio serviu então para refletir e discutir os desafios associados à mobilidade de estudantes na U.Porto e possíveis soluções que permitam uma efetiva mobilidade e experiências enriquecedoras para os estudantes.