A introdução de novas tecnologias na indústria transformadora, tais como o processamento avançado de materiais, os sistemas ciber-físicos ou a inteligência artificial, está a contribuir para acelerar o desenvolvimento e a modernização da Indústria, tornando-a mais eficiente, flexível e competitiva. No entanto, a sua integração traz também consigo a necessidade de adaptar a formação de especialistas, com o intuito de os preparar melhor para esta mudança e, em particular, para o atual contexto de inovação e ciência aberta.

É neste contexto, acentuado pela atual tendência para a colaboração entre empresas e instituições de ensino e investigação na formação de profissionais, que os projetos M-NEST-I e M-NEST-RIS pretendem implementar  as condições operacionais que permitirão a estas entidades e a utilizadores individuais explorar, experimentar e se qualificar de forma autónoma e intuitiva para trabalhar com este tipo de tecnologias nos mais variados cenários de produção e de inovação, em particular em setores industriais tecnicamente muito exigentes e de elevado valor acrescentado.

Em Portugal, a Factory Unit da rede M-NEST será implementada na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), e será testada nas instalações da FEUP, do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e do Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI), cabendo a este último instituto a responsabilidade de coordenar ambos os projetos.

Mais de 500 formandos até 2020

“Estes projetos visam a criação da rede Europeia M-NEST e pretendem apoiar a capacitação de estudantes, professores, investigadores e técnicos industriais com as ferramentas necessárias para construir a comunidade industrial Europeia do futuro”, afirma Cláudio Santos, investigador do INEGI e coordenador do projeto M-NEST-I.

Estima-se que, até 2022, estes projetos capacitem mais de 500 formandos. “Os dois projetos M-NEST funcionarão como pilotos das atividades da rede, pelo que, nesta fase, os formandos serão selecionados pelos parceiros do projeto, mas o objetivo é que muito em breve outras pessoas e empresas possam beneficiar diretamente dos modelos de formação inovadores que estão a ser criados”, esclarece Margarida Machado, investigadora do INEGI e coordenadora do projeto M-NEST-RIS.

Ambos os projetos são coordenados pelo INEGI. (Foto: INEGI)

A rede europeia M-NEST disponibilizará um amplo conjunto de atividades de formação focadas nas mais avançadas tecnologias de processamento e produção, e de apoio ao ensino académico, formação avançada, I&D, transferência de tecnologia e divulgação, à medida de diferentes públicos e espaços de formação (desde a sala de aula à fábrica). A rede deverá igualmente disponibilizar o acesso (virtual e presencial) a materiais de aprendizagem de elevada qualidade relacionados com as tecnologias em foco, contribuindo para que a formação na área das Tecnologias Avançadas de Fabrico seja uma experiência estimulante para um público mais alargado.

Estes dois projetos piloto são financiados pelo EIT Manufacturing e, para além dos parceiros nacionais (FEUP, INEGI e INESC TEC) comuns a ambos os projetos, contam ainda com a participação da ENSAM – Arts et Métiers Paris Tech (França), da Aalto University (Finlândia) e da SUPSI – University of Applied Sciences and Arts of Southern Switzerland (Suiça), no projeto M-NEST-I, e da CTU – Czech Technical University (República Checa), da University of Tartu (Estónia) e do LMS – Laboratory for Manufacturing Systems and Automation of University of Patras (Grécia) no projeto M-NEST-RIS.