Os investigadores Eliana B. Souto, Lúcia Guilhermino e Manuel Simões , da Universidade do Porto, integram a edição 2022 do índice Highly Cited Researchers, uma iniciativa da Clarivate Analytics– empresa norte-americana especializada em gestão de informação científica –  que reconhece, anualmente, os cientistas mais influentes a nível mundial, com base no número de citações das respetivas publicações pelos seus pares.

Divulgada esta quarta-feira, esta lista de cientistas destaca um total de 6.938 cientistas provenientes de 69 países, referenciados no repositório Web of Science, o maior indexador mundial de informação científica.

A seleção final corresponde ao ponto percentual de investigadores que se encontram no topo dos mais citados durante um período de 11 anos– entre janeiro de 2011 e dezembro de 20201 – em diferentes teses, monografias, ensaios ou teorias desenvolvidas em diferentes universidades e laboratórios a nível mundial.

Da engenharia às nanociências

Dos três cientistas da U.Porto que integram o índice Highly Cited Researchers 2022 há a destacar a presença de dois “repetentes” relativamente à edição anterior do ranking. É o caso de  Manuel Simões, Professor associado do Departamento de Engenharia Química (DEQ) e membro do Laboratório de Engenharia de Processos, Ambiente, Biotecnologia e Energia (LEPABE) da Faculdade de Engenharia (FEUP).

A investigação de Manuel Simões incide fundamentalmente no estudo de biofilmes, no desenvolvimento de estratégias antimicrobianas para o controlo do crescimento microbiano e na área da engenharia de bioprocessos.

De volta à lista da Clarivate Analytics está também Lúcia Guilhermino, professora catedrática no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da U.Porto (ICBAS) – onde dirige o Programa Doutoral em Contaminação e Toxicologia Ambientais da U.Porto e o Programa Doutoral em Ciências do Mar e do Ambiente da U.Porto e da Universidade de Aveiro – e líder do Grupo de Investigação de Meios de Contaminação e Mecanismos de Toxicidade do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR).

Autora de perto de 200 artigos científicos em revistas científicas internacionais especializadas, e mais de 400 comunicações/painéis em encontros científicos, Lúcia Guilhermino vem desenvolvendo a sua atividade científica nos domínios da Ecologia e da Ecotoxicologia, com especial enfoque nos domínios da avaliação dos riscos ambientais e do estudo dos efeitos biológicos e ecológicos dos contaminantes ambientais (microplásticos, nanomateriais, farmacêuticos, óleos, …) nas alterações climáticas.

Em estreia na lista dos mais influentes do mundo está por sua vez Eliana B. Souto, Professora Auxiliar do Departamento de Ciências do Medicamento da Faculdade de Farmácia (FFUP).

Mestre emTecnologia Farmacêutica (2002) pela FFUP e doutorada em Nanotecnologia Farmacêutica e Biofarmacêutica (2005) pela Freie Universitaet Berlin (Alemanha), Eliana B. Souto é autora de cinco patentes e mais de 400 publicações científicas no campo das Nanociências e Nanotecnologias. As suas linhas de investigação centram-se sobretudo na conceção, desenvolvimento e caracterização de novos sistemas de administração de medicamentos. É também editora associada, membro do Conselho Editorial, e revisora de várias revistas científicas internacionais.

Note-se que Eliana B. Souto, Lúcia Guilhermino e Manuel Simões também integram mais recente atualização da “World’s Top 2% Scientists list”, um estudo elaborado anualmente por investigadores da Universidade de Stanford (EUA) e que classifica os cientistas mais citados a nível mundial nas respetivas áreas.

Portugal a crescer. EUA a dominar

No total, o índice Highly Cited Researchers 2022 inclui 20 investigadores ligados a instituições de ensino superior portuguesas, mais quatro do que na edição anterior.

Para além dos três representantes da U.Porto, a lista inclui ainda investigadores ligados às universidades de Aveiro (4), Lisboa (3), Minho (3), Coimbra (1), Nova de Lisboa (1) e Católica Portuguesa (1), ao Politécnico de Bragança (2), ao Politécnico do Porto (1) e ao Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (1).

Estados Unidos da América, China, Reino Unido, Alemanha e Austrália são os países mais representados no ranking deste ano. Já a Universidade de Harvard (EUA) é a instituição com mais investigadores – 233 – entre os mais citados do mundo.