Marina Saraiva, antiga estudante do doutoramento em Fisioterapia da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP), viu reconhecida, pela Sociedade Portuguesa de Biomecânica (SPB), a sua tese final de doutoramento, como a melhor tese do ano de 2022.

Com o título “The effect of dual-task on static and dynamic postural control on daily activities and its relationship with sleep quality and physical activity in young adults”, o trabalho premiado aborda os efeitos, ao nível ao nível do controlo postural, que advêm da utilização do smartphone simultaneamente com a realização de determinadas atividades.

“Comecei por investigar os efeitos da dupla-tarefa no controlo postural em jovens adultos e, para isso, recorri a uma atividade muito usual que é o uso de telemóvel. Assim, pretendi analisar o efeito de uma tarefa cognitiva e de uma motora, a serem realizadas através do uso do telemóvel, durante a marcha e a manutenção da postura ortostática”, começa por revelar Mariana Saraiva, que teve como orientadores Maria António Castro e João Paulo Vilas-Boas, docentes da Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria e do Gabinete de Biomecânica da FADEUP, respetivamente.

Ao longo do estudo, a agora alumna da FADEUP focou-se na avaliação da “atividade muscular, da atividade no córtex pré-frontal, do equilíbrio e de algumas características da marcha (como a velocidade) durante tarefas simples (por exemplo caminhar sem o uso de telemóvel) e durante duplas tarefas (por exemplo, caminhar enquanto digita no teclado do telemóvel)”.

Quanto às conclusões do estudo, a jovem investigadora nota que, “embora se tenha observado algum declínio da marcha e do equilíbrio estático durante as duplas tarefas, o mais preocupante serão os efeitos a longo prazo quando estes jovens se tornarem idosos, uma vez que poderão ter mais alterações no seu controlo postural e estarem mais suscetíveis a quedas”.

“Ter ganho o prémio só exacerbou o orgulho que já tinha do trabalho”

Relativamente à distinção atribuída pela SPB, Marina Saraiva mostra-se “muito feliz” e ” muito orgulhosa” pelo reconhecimento. E acrescenta: “Antes do prémio, já achava que todo o trabalho que desenvolvi durante a minha tese valeu a pena, por todos os conhecimentos que aprofundei e outros que aprendi, pela equipa de investigação que me acompanhou, e por toda a paciência que os meus familiares tiveram”.

Por outro lado, “ter ganho o prémio só exacerbou o orgulho que eu já tinha do trabalho que desenvolvi, sobretudo porque na altura em que apresentei o meu projeto de investigação me disseram que podia não conseguir realizar todos os objetivos a que me estava a propor, dada a complexidade do trabalho. No entanto, consegui cumpri-los”.

O trabalho de Marina Saraiva foi distinguido durante o X Congresso Nacional de Biomecânica, que se realizou recentemente na cidade de Figueira da Foz.