O Walkingsense é um dos produtos patenteados pela U.Porto na área da saúde

Cerca de 42% do total das comunicações de invenção submetidas à Universidade do Porto são provenientes da área da saúde, fazendo desta área do conhecimento uma das mais promissoras em termos de  impacto da I&D da U.Porto na sociedade.

Apresentados durante a última A2B session, organizada pela Universidade do Porto Inovação (UPIN) e pela Faculdade de Engenharia (FEUP), os resultados traduzem o trabalho desenvolvido pelos cerca de mil investigadores que povoam os onze centros de investigação da U.Porto na área da saúde. Além disso, “37% das publicações da Universidade são sobre este tema”, aponta Maria Oliveira, coordenadora da UPIN, o gabinete de transferência de tecnologia da U.Porto.

De todas as patentes ativas atualmente na U.Porto, cerca de 34% são da área da saúde. Entre os casos de sucesso destacam-se o dispositivo WalkinSense, desenvolvido pela Tomorrow Options, o Bonelike® da Medmat, ou o  otoscópio digital, da Metablue.

Mas se o número de comunicações de invenção recebidas pela Universidade é elevado, nem todas chegam a um produto final. “As tecnologias precisam de um grande compromisso e envolvimento, principalmente as da área da saúde”, nota Maria Oliveira.

I&D em debate

Sessão reuniu mais de 50 membros de empresas e investigadores de universidades de todo o mundo

Realizada no passado dia 23 de outubro na Reitoria da U.Porto, no âmbito do BIN@Porto, a última sessão “Academia to Business” (A2B), designada “Health Tech International Meeting”, contou com mais de 50 membros de empresas e investigadores de universidades de países como Portugal, o Reino Unido, Uruguai, Espanha e Brasil, que tiveram a oportunidade de expor as suas descobertas e invenções na área da saúde. Do encontro resultou ainda a partilha de experiências e o desenvolvimento de possibilidades de parcerias futuras.

Ao longo da sessão chegou-se à conclusão que a aplicação dos resultados de I&D na área da saúde apresenta os mesmos problemas em países diferentes. Entre eles destaca-se a falta de investimento em prova de conceito, as dificuldades de comunicação entre investigadores e empresas e o demorado processo até uma invenção se tornar num produto concreto.

Membros da empresa GlaxoSmithKline (Reino Unido), do IMIBIC (Espanha), do Fraunhofer Portugal, da empresa BluePharma (Portugal) e de universidades como a de São Paulo, do Porto e Sheffield, lamentaram o processo moroso por que as tecnologias passam até chegar ao mercado. “A experimentação e os testes podem demorar anos e é preciso encontrar mais empresas interessadas em contribuir para esses custos”, referiu Fernando Jorge Monteiro, do INEB.