O estúdio de arte e arquitetura FAHR 021.3 , incubado na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, criou uma instalação artística para o Patina Maldives Hotel, um hotel de luxo situado nas Maldivas. O convite surgiu de uma galeria de arte sediada em Singapura e Xangai, que escolheu três artistas de todo o mundo para criarem peças artísticas que integrassem o novo hotel.

Resultado de uma colaboração  estreita entre o FAHR 021.3 e a Secil PreBetão, a peça foi pré-fabricada em betão branco com características muito específicas e adaptadas ao meio onde, mais tarde, viria a ser instalada.

“Esta é uma peça com um grau de detalhe e elegância notáveis. Toda a produção da peça demorou, aproximadamente, dois anos e foi pensada até ao mais pequeno pormenor. O resultado tinha que ser mais do que matéria, produzindo um pequeno espaço de extrema leveza e movimento inesperados”, explica Hugo Reis, cofundador do estúdio de arte e arquitetura.

“Ao longo dos últimos anos o nosso trabalho tem vindo a crescer num sentido muito experimental em torno do comportamento humano com o meio em que se insere. Assim, esta obra resulta num exercício geométrico de grande simplicidade que gera a oportunidade de múltiplas relações com a paisagem”, acrescenta o mesmo responsável.

A peça foi totalmente produzida em Portugal e apenas depois transportada para as Maldivas. As condições de trabalho na ilha foram a grande dificuldade encontrada pelos portugueses ao longo de todo este processo.

“Trata-se de um lugar muito remoto e com acesso muito condicionado a maquinarias e materiais que para nós são dados como adquiridos de uma hora para a outra. Ali tudo demorava um par de semanas e tivemos mesmo que nos saber adaptar a essa condição”, destaca Hugo Reis.

A galeria de arte — que trabalha geralmente em curadoria e comissariado para hotéis e espaço público — responsável pela seleção das pelas escolheu o FAHR 021.3 com base nos trabalhos já desenvolvidos pelo estúdio, nomeadamente o LOOP, criado para o jardim da UPTEC Asprela I.

Além do estúdio português, foram também selecionados nomes como James Turrel, Hongje Yang ou o arquiteto brasileiro Marcio Kogan. Este último, por exemplo, desenhou uma peça artística cuja objetivo é romper com a imagem criada da arte como decoração em ambientes paradisíacos.

O projeto do Patina Maldives Hotel tem, agora, uma exposição de diferentes trabalhos em contextos muito específicos, que permitem que o espaço seja um motor de novas dinâmicas e experiências que ampliam a relação do Homem com o lugar.