O jogo chama-se ZHED e é um clássico videojogo de puzzles “sem cronómetros, tempos limite ou truques, apenas puzzles para desfrutar”, refere a Ground Control Studios. Foi construído com base numa mecânica simples e serve para treinar a concentração, foco e memória. “É um jogo para quem gosta de puzzles e de ser desafiado”, refere Rui Guedes, um dos fundadores daquela spin-off da Universidade do Porto.

Desde o primeiro contacto até ao jogo chegar à Switch, no passado mês de abril, perto de um ano se passou. O desenho da parceria com a gigante dos videojogos envolveu muitas trocas de emails, apresentações e reuniões na Alemanha durante a GamesCom”.

Sendo a Nintendo um dos “três grandes da indústria” (a par da Sony e da Microsoft), quer pelo fabrico de consolas quer por todo o historial associado à marca, desenvolver um jogo para uma consola Nintendo é, como refere Rui Guedes, uma “decisão bastante óbvia para qualquer produtor de jogos”.

Este jogo em particular começou com um protótipo chamado “Purple”, que a Ground Control Studios decidiu transformar num jogo mobile. Essa decisão fez toda a diferença no que viria a seguir: “Atualizámos imenso o visual e a jogabilidade e lançámos o jogo sem um plano claro sobre o que poderia e devia ser”, refere Rui Guedes.

Foi quando os utilizadores começaram a jogar a versão mobile que a Ground Control Studios achou que valia a pena ir mais longe e que “havia um lugar para o ZHED noutras plataformas, onde o jogo poderia evoluir e atingir o seu verdadeiro potencial enquanto um jogo de puzzles puro”.

Passar para as consolas seria inevitavelmente o próximo passo: “Ao nível estratégico, as consolas sempre foram a plataforma de excelência para os videojogos, estamos a falar de 40 milhões de dispositivos, comprados especificamente para jogar jogos, por pessoas habituadas a pagar entre os 1 e os 70 euros (ou mais) por um jogo”, refere Rui Guedes. A Ground Control Studios considera “prova superada” o alcançar desse mercado claramente premium, num lançamento “sem qualquer tipo de incidente o que, neste meio, não é trivial”, refere o fundador.

Rui Guedes admite que chegar a uma consola Nintendo pode ser classificado como um item da bucket list da jovem empresa portuguesa, e um verdadeiro desafio num caminho nem sempre fácil: “Existirão desafios como o controlo de qualidade, que é muito rigoroso, e a simples escala da plataforma consola que inclui muitos milhões de dispositivos”, conta. No entanto, a empresa ficou com a “sensação agradável de desafio superado” e acredita ser muito importante o reconhecimento dentro do meio, inevitável quando se fala da marca Nintendo.

“Demasiados” projetos na manga

Questionado sobre outros projetos da Ground Control Studios neste momento, Rui Guedes responde com um orgulhoso “demasiados!”. A par do trabalho com a Nintendo (com a qual têm outro jogo em fase de testes), a Ground Control Studios está também a trabalhar em parceria com a Humble, outra empresa de renome no mundo dos videojogos.

Além disso, estão também a trabalhar noutro tipo de projetos utilizando a tecnologia de videojogo, mas aplicada a negócios, com clientes como a SONAE ou a SIC, e estão envolvidos também num projeto com a FEUP (LIAAC) que “envolve jogos sérios e simuladores de Realidade Virtual para cadeiras de rodas inteligentes” conclui Rui Guedes.

A Ground Control Studios é uma empresa especialista e pioneira na área das Realidades Virtuais, Aumentadas e Mistas e os seus clientes têm projetos em áreas tão diversas como turismo, retalho, imobiliário ou gestão. A empresa recebeu o selo spin-off U.Porto em 2018.