A condecoração teve lugar numa cerimónia realizada na Câmara Municipal do Porto. (Fotos: Presidência da República)

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou esta sexta-feira o arquiteto Eduardo Souto de Moura, professor catedrático convidado da Faculdade de Arquitectura da U.Porto (FAUP), com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito, pela excelência dos projetos desenvolvidos ao longo das últimas quatro décadas, pelo vencedor do Prémio Pritzker 2011.

Numa cerimónia realizada na Câmara Municipal do Porto, o Presidente da República elogiou “o humanismo e a intemporalidade da obra” de Souto Moura. E não esqueceu a ligação do arquiteto à FAUP. “Definindo-se como arquiteto pragmático, como homem da maratona, Souto de Moura assumiu sempre um historial de solidez, que vem desde logo de uma genealogia bem estabelecida: as aulas de Fernando Távora, a Escola do Porto e depois a proximidade com Siza Vieira”, realçou o Chefe de Estado.

Em resposta ao Presidente da República, Souto de Moura agradeceu a disponibilidade de Marcelo Rebelo de Sousa para quebrar a tradição e vir ao Porto para esta homenagem. Sobre a condecoração, dedicou-a “aos jovens arquitetos e futuros arquitetos que precisam de grande apoio”.

Recorde-se que também Álvaro Siza, Professor Catedrático Emérito FAUP, recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública em 2017 e, já este ano, foi distinguido o arquiteto João Luís Carrilho da Graça, no Palácio de Belém, em Lisboa.

Natural do Porto (25 de Julho de 1952), Eduardo de Souto Moura formou-se em Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes do Porto (antecessora das atuais faculdades de Arquitectura e de Belas Artes da U.Porto) e na FAUP, onde é professor catedrático convidado. Colaborou com Álvaro Siza, entre 1974 e 1979, seguindo-lhe as pisadas ao ser o segundo Prémio Pritzker de Arquitectura, o mais conceituado galardão nesta área, atribuído desde 1979 pela americana Hyatt Foundation.

Autor de projetos como os do mercado municipal de Braga (1980-84), a ponte Dell Accademia, em Veneza, Itália (1985), o Centro Português de Fotografia – Edifício da Cadeia da Relação do Porto (1997-2001), a Casa do Cinema Manoel de Oliveira (1998-2003), parte da rede de metro do Porto (1997) ou o Estádio Municipal de Braga (2000-2003), somou inúmeras distinções longo da carreira. Entre elas incluem-se, para além do Pritzker (2011), o Prémio Wolf (2012), o Prémio Carreira da Bienal Ibero-americana de Arquitectura e Urbanismo (2016), o Leão de Ouro na Bienal de Veneza (2018) e o Prémio Arnold W. Brunner, da Academia Americana de Artes e Letras (2019).