Maria Joana Catarata, investigadora no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, Universidade do Porto (i3S), estudante do programa doutoral em Farmacologia e Toxicologia Experimentais e Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e médica interna de Pneumologia no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), foi recentemente distinguida no 35.º congresso anual da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) com a melhor comunicação oral e com o 2.º Prémio Thomé Villar SPP/Boehringer Ingelheim 2019, no valor total de seis mil euros.

O trabalho desenvolvido pela investigadora do i3S, intitulado «The role of genetic polymorphism of the renin-angiotensin system and angiogenic factors in lung cancer progression», permitiu identificar alguns biomarcadores genéticos com valor de prognóstico no cancro de pulmão de não pequenas células, e cujas variantes genéticas têm impacto funcional na expressão de proteínas da via renina-angiotensina e de fatores angiogénicos. A estratégia desenvolvida, explica a Joana Catarata, «poderá ter implicações na monitorização da progressão tumoral e permitir a identificação de doentes com determinado perfil genético que, uma vez identificados, poderão beneficiar de modalidades terapêuticas dirigidas».

Estes estudos têm sido orientados pelo investigador Rui Medeiros, do IPO-Porto, e co-orientados por Carlos Robalo Cordeiro, pneumologista do CHUC, e por Ricardo Ribeiro, patologista clínico no CHUC e investigador no i3S. Neste trabalho colaboraram também a investigadora Maria José Oliveira, líder do grupo de investigação do i3S «Tumour and Microenvironment Interactions», e os investigadores Thomas Muley e Michael Meister do departamento de investigação translacional em pulmão da Thoraxklinik, Hospital Universitário de Heidelberg, Alemanha.

Mais recentemente, Joana Catarata tem-se dedicado ao estudo farmacogenético de quimioterapia com dupletos de platino, em doentes com cancro do pulmão não pequenas células, tendo identificado um biomarcador genético com valor preditivo na resposta à terapêutica e com implicações na toxicidade associada à quimioterapia.

Os primeiros resultados dos estudos de Joana Catarata já tinham sido distinguidos em 2018 pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia com o 1.º Prémio Robalo Cordeiro SPP/Novartis 2018, no valor de dez mil euros.