Museu Nacional Soares dos Reis

Evento de encerramento do ciclo “Espaço, Corpo e Bem-Estar” tem lugar no Museu Nacional Soares dos Reis. (Foto. DR)

“Tuning” anátomo-funcional: Ainda seremos nós? Vivemos mais para viver melhor? Esta será a provocação a ser levantada no Museu Nacional de Soares dos Reis, no próximo dia 29 de novembro, a partir das 21h00, durante o evento de encerramento do ciclo “Espaço, Corpo e Bem-Estar”, coorganizado pela Universidade do Porto e pelo MNSR.

Moderada pela Diretora da Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP), Maria Amélia Duarte Ferreira, esta última sessão propõe-se a questionar a “reparação” do corpo, fruto do contágio entre as engenharias, nomeadamente a biomédica, e as medicinas. Para abordar estes  temas estarão presentes Fernando Mendes Monteiro, da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP), que irá falar sobre “O corpo velho e o velho corpo: hoje humano, amanhã biónico”; o Presidente da Associação Portuguesa de Bioética, Rui Nunes, que lançará para a discussão questões como a qualidade de vida; e Marinela Carvalho Freitas, da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP), que irá abordar o tema da solidão. E assim se contextualiza o “Homem Biónico”, instalação que ficará disponível no átrio do Museu Nacional de Soares dos Reis.

Nesta noite será ainda inaugurada a exposição “O corpo humano: dentro, fora e de dentro para fora”, resultado de uma joint venture entre a U.Porto, o MNSR e a Fundação de Serralves. Com curadoria de António Sousa Pereira, Diretor do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), Amélia Ferraz, Dulce Madeira (FMUP) e Raquel Barbosa (FPCEUP), aquele que promete ser um dos pontos altos do ciclo irá apresentar quadros de Paula Rego, da coleção de Serralves, e peças dos museus de Anatomia da FMUP e do ICBAS. Os quadros de Paula Rego poderão ser visitados até 29 de dezembro.

Este será então o último momento de um ciclo que, durante mais de um mês, no Edifício Histórico da Reitoria da Universidade do Porto e no Museu Nacional de Soares dos Reis (MNSR) apresentou conferências, exposições, instalações e performances que ajudaram a debater o corpo e a sua envolvência. O Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, trouxe-nos a perspetiva ética e ecológica do Papa Francisco; refletiu-se a cidade e como o Homem pensa e administra o espaço urbano, nomeadamente para o cidadão com necessidades especiais; discutiu-se o corpo performante, que se transcende e transforma com o desporto.

Para João Vilas Boas, Professor Catedrático da Faculdade de Desporto (FADEUP), responsável pelo Laboratório de Biomecânica do Desporto (LABIOMEP) e comissário do ciclo Espaço, Corpo e Bem-Estar,  importa perceber “quanto o espaço e o tempo desafiam o Homem a ser e a manter-se mais Homem e a reabilitar-se como Homem. De que forma o espaço e o tempo, convenientemente ponderados e prescritos, potenciam a capacidade de ultrapassar barreiras, de restabelecer igualdades de oportunidades e de bater recordes; valorizam a saúde, combatem a doença e determinam o bem-estar do sujeito desafiando a degenerescência, a entropia e a morte”. Este é, afirma o comissário, “um projeto integrado que exalta a transversalidade”.