No final de cada escola, os participantes terão a oportunidade de partilhar as suas descobertas com a comunidade.

A partir da próxima segunda-feira, dia 2 de setembro, os centros de investigação da Universidade do Porto vão receber um reforço de peso no sentido de desvendarem alguns dos maiores mistérios do universo ou de dar novos passos na luta contra o cancro. Tratam-se dos 200 alunos do ensino secundário (10º, 11º e 12º anos) que, durante uma semana, vão vestir a pele de investigadores da U.Porto no âmbito dos três projetos que marcam o regresso da Universidade Júnior (UJr) 2013: a Escola de Física, a Escola de Ciências da Vida e da Saúde (ECVS) e a Escola de Verão de Matemática.

Depois de em julho passado ter aberto as portas da U.Porto a mais de 5000 alunos do 5º ao 11º anos, está assim de volta o programa promovido pela Universidade com o objetivo de sensibilizar jovens pré-universitários para as áreas ali lecionadas. Objetivos que assumem a expressão máxima em três escolas destinadas apenas aos alunos portugueses (mas não só…) com melhor desempenho académico e que, ao longo de uma semana (até 7 de setembro), terão a oportunidade de participar em projetos reais de investigação científica nas áreas das Ciências da Saúde, da Física e da Matemática.

Como é costume, serão as leis da Escola de Física a comandar o reinício das atividades da UJr. É já no domingo, 1 de setembro , que os 77 “físicos” oriundos de escolas portugueses, mas também de Angola e Macau, se vão juntar num “lanche de boas vindas” a ter lugar, pelas 15h30, nos jardins do Departamento de Física da Faculdade de Ciências.

Esta será a oportunidade para que os jovens possam conhecer os investigadores que os vão orientar numa semana de trabalho nos laboratórios da FCUP e do Centro de Astrofísica da U.Porto (CAUP). É ali que, que durante cinco dias, das 9h15 às 18h30, vão viajar por entre sondas espaciais, robôs construídos com a ajuda de legos, lasers e sensores de fibras enquanto executam um de 15 projetos de investigação em torno de um problema da Física. Pelo meio, há tempo para ouvir palestras científicas, partilhar uma sessão especial com uma personalidade convidade e participar em cursos avançados sobre Mecânica Quântica  ou a Teoria de Relatividade de Einstein.

Desligadas as sondas espaciais, abre-se o caminho para os 80 jovens do 11º ano (três dos quais oriundos da Escola Portuguesa de Luanda, ao abrigo de um contingente especial  criado para candidatos dos PALOP) que, a partir de segunda-feira, iniciam as atividades da Escola de Ciências da Vida e da Saúde (ECVS), o projeto que, desde 2006, tem como missão demonstrar que “há vida para além da Medicina” para quem quer estudar no campo das Ciências da Saúde.

Integrados em 20 projetos científicos diferentes, os alunos – divididos em grupos de quatro – vão poder explorar áreas tão variadas como Cardiologia, a Dentária, a Genética, as Neurociências, a Nutrição, ou a Patologia. Isto enquanto trabalham lado a lado com investigadores dos laboratórios das faculdades de Ciências (FCUP), Ciências da Nutrição e Alimentação (FCNAUP), Desporto (FADEUP), Engenharia (FEUP), Farmácia (FFUP), Medicina (FMUP) e Medicina Dentária (FMDUP), do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), do Instituto de Patologia e Imunologia (IPATIMUP), do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) e do Instituto de Engenharia Biomédica (INEB).

O IPATIMUP vai ser o palco da sessão de receção da ECVS, às 9 horas de segunda-feira. Nesta sessão, que contará com a presença de Raquel Seruca, investigadora do IPATIMUP, serão dados a conhecer aos participantes os 20 projetos nos quais irão trabalhar ao longo da semana. Haverá ainda espaço para uma intervenção sobre “Divulgação de Ciência” em que Filipe Santos Silva (IPATIMUP) falará do trabalho de investigação que vem desenvolvendo na área do cancro.

Meia hora mais tarde (9h30), será a vez de entrar em ação a Escola de Verão de Matemática (EVMAT ). Coordenado pelo Centro de Matemática da U.Porto, este projeto pretende demonstrar que a disciplina “mal-amada” pelos jovens portugueses também se pode descobrir de forma divertida. Para tal, os 43 participantes do inscritos terão a oportunidade de desvendar os mistérios escondidos nos números através de mini-cursos, palestras e no desenvolvimento de projetos de grupo.

Resolver problemas através do método de Newton, adivinhar cenários através do cálculo das probabilidades, aprender a arte de fazer gráficos sem calculadoras ou participar num curso sobre “Programação elegante” são algumas das equações originais que serão resolvidas nos laboratórios do edifício das Matemáticas da FCUP. No período pós-aulas, e à semelhança do que acontece com as restantes escolas, os jovens participantes vão ainda usufruir de um programa de alojamento, alimentação e atividades de lazer preparado pela UJr.

Apresentadas as três escolas que marcam o regresso – e a despedida – da maior Universidade Júnior de sempre, importa reforçar que os jovens foram selecionados após uma avaliação rigorosa do currículo académico. Também por isso, e de modo a potenciar esta primeira aventura no mundo da investigação, todos terão a oportunidade de apresentar as suas descobertas perante uma Comissão Científica composta pelos  professores e investigadores da U.Porto responsáveis pelos projetos. Estas sessões terão lugar no dia 6 (sexta-feira), exceto a da ECVS, que decorre no sábado, dia 7, na FADEUP.

Mais informações sobre a UJR’2013 em http://universidadejunior.up.pt/.