musicaConcluído em 2013 no INESC TEC, o projeto europeu MIReS – Music Information ReSearch debruçou-se sobre o impacto futuro da investigação em tecnologia musical na indústria e academia, e já deixou o seu legado. Além de um roadmap da investigação na área, a iniciativa originou o Music Tech Fest (Festival de Tecnologia Musical), que no próximo ano terá uma expansão a oito países e centenas de participantes.

“O nosso objetivo era criar um roteiro europeu para a Investigação em Informação Musical por forma a abordar os principais desafios, criar normas de avaliação da investigação nesta área, e promover colaborações com várias disciplinas”, explica a coordenadora do projeto Michela Magas, do laboratório Stromatolite Design Lab (Reino Unido). Os workshops, previstos no projeto para permitir o encontro entre artistas, cientistas e indústria, acabaram por evoluir para algo com uma escala mais global, o Music Tech Fest.

A primeira edição deste festival reuniu, em 2012, entidades importantes como Soundcloud, Spotify, Shazam, EMI Music e BBC, e editoras discográficas arrojadas como Ninja Tune e Warp, meios de comunicação sobre tecnologia como a WIRED, grandes artistas e um elevado número de startups inovadoras. “Em 2014 vamos tornar-nos globais e estaremos em cidades como Wellington, Boston, Berlim, Paris e Nova Iorque”, afirma Michela Magas, estando já programados 13 eventos. O próximo decorre de 24 a 26 de outubro, em Berlim.

Além do Music Tech Fest, outro resultado da iniciativa MIReS igualmente bem-sucedido foi a criação do Roteiro Europeu. “O documento final do roteiro teve um impacto notável na comunidade que desenvolve investigação em MIR, tendo contribuído para a criação de normas para a produção musical e gestão de bibliotecas digitais”, afirma a coordenadora do MIRES. Este trabalho levou ainda ao desenvolvimento de um quadro para uma rede de excelência em Music Information Retrieval (MIR; em português: recolha de informação musical), envolvendo promotores e stakeholders.

O INESC TEC contribuiu para este projeto dando diferentes contribuições sobre a definição de orientações futuras para a investigação na área de MIR. A equipa do INESC TEC envolvida no projeto contou com Fabien Gouyon e Carlos Guedes, que é também docente na Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP), e ainda Marcos Domingues, antigo investigador do mesmo Centro.

O MIReS reuniu sete parceiros de cinco países: MTG, STROMATOLITE, OFAI, INESC TEC, IRCAM, C4DM e BMAT.