O «PT-OPENSCREEN: Infraestrutura Nacional para a Química Biológica e Genética», coordenado pelo Instituto de Investigação e Inovação em Saúde do Porto da Universidade do Porto (i3S), passou recentemente a integrar o Roteiro Nacional de Infraestruturas de Investigação de Interesse Estratégico, uma iniciativa da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) que reúne infraestruturas que se destacam pela qualidade das plataformas, recursos e serviços colocados ao dispor da comunidade científica nacional.

Criado no início de 2018 com o propósito de aglutinar conhecimento e unir esforços na procura de novas moléculas com fins terapêuticos, o consórcio PT-OPENSCREEN integra hoje 20 instituições académicas do Porto, Braga, Aveiro, Coimbra, Lisboa, Madeira e Açores que já desenvolvem trabalho nas áreas da química orgânica e medicinal e dos rastreios químicos e genéticos para as ciências da vida. Para além do i3S, a U.Porto está também “representada” pelo Centro de Investigação em Química da Universidade do Porto (CIQUP) e pelo Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR).

Esta plataforma, coordenada pelo investigador António Ribeiro Pombinho, do i3S, “providencia acesso a bibliotecas com um elevado número de compostos químicos de qualidade com vista à descoberta de novas atividades biológicas e eventual utilização terapêutica, com recurso a tecnologias estado-da-arte e inclui a química medicinal para otimização de compostos”.

O PT-OPENSCREEN é coordenado por António Pombinho, investigador do i3S. (Foto: i3S)

Oportunidade de crescimento

A possibilidade do PT-OPENSCREEN integrar o Roteiro Nacional de Infraestruturas de Investigação de Interesse Estratégico surgiu já no início deste ano, quando António Ribeiro Pombinho foi convidado pela FCT a submeter um questionário para avaliação e análise de maturidade do consórcio. A resposta positiva chegou no final de abril. No fundo, explica o coordenador da plataforma, “significa o reconhecimento de uma estrutura organizada e de interesse estratégico nacional”.

O reconhecimento agora validade por parte do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior permitirá o acesso a importantes fontes de financiamento.O próximo passo, adianta António Pombinho, será “construir um centro de screening de alta capacidade no i3S”.

Ainda segundo o coordenador do PT-OPENSCREEN, o referido centro “contará com recursos humanos especializados, que irão operar instrumentos de última geração completamente automatizados para a gestão e a miniaturização das amostras. Isto irá minimizar a intervenção humana e o preço por amostra e permitirá a realização de dezenas de milhares de testes por dia”.

Adicionalmente, este consórcio é o elo nacional de ligação à Infraestrutura Europeia EU-OPENSCREEN, o que, adianta o coordenador, “significa a oportunidade de estabelecer contactos com os melhores cientistas europeus na área de high-throughput screening, de obter financiamento através da participação em projetos europeus e de ter acesso à biblioteca europeia de 140 mil compostos químicos”.

Recorde-se que a primeira edição do RNIE tinha sido publicada em 2014, no seguimento do concurso para a sua criação, promovido pela FCT. Esta versão inaugural incluía 40 infraestruturas que, em conjunto, receberam um financiamento de 143,8 milhões de euros para o período 2017-2021, 69% do qual proveniente de fundos estruturais (FEDER).