Veronica Orvalho é docente do Departamento de Ciência de Computadores da Faculdade de Ciências da U.Porto desde 2008. (Foto: DR)

Veronica Orvalho, professora da Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP) e fundadora da DIDIMO, integra o grupo de 10 finalistas do Women Startup Challenge VR and AI, uma competição internacional promovida pela organização norte-americana Women Who Tech com o objetivo de dar palco a projetos disruptivos e de valor acrescentado desenvolvidos por mulheres empreendedoras nas áreas de realidade virtual e inteligência artificial.

A decorrer esta quarta-feira, 15 de fevereiro, nas instalações da Google em Nova Iorque, a sessão final do concurso vai dar às finalistas – escolhidas entre mais de 200 candidatas – a oportunidade de apresentarem o seu projeto perante um painel internacional de investidores. No caso de Veronica Orvalho, a única portuguesa em competição, terá alguns minutos para mostrar as potencialidades da solução que vem sendo desenvolvida pela DIDIMO para a criação automática de personagens virtuais 3D (avatares) a partir de imagens.

A startup tecnológica “gerada” na FCUP permite criar “avatares” ou personagens virtuais com aspeto semelhante aos seres humanos representados em apenas dois minutos. Compatível com diferentes plataformas e ambientes tridimensionais, a tecnologia da DIDIMO – vencedora da edição 2015 do iUP25k, o Concurso de Ideias de Negócio da Universidade do Porto –  pode ser utilizada em jogos, social media, filmes ou cenários de realidade aumentada e realidade virtual. “Queremos mudar fundamentalmente a maneira como as pessoas interagem com software e aplicativos no mundo digital, criando uma versão digital de uma pessoa a partir de uma única foto”, resume Veronica Orvalho.

Na véspera de apresentar o seu projeto na “Big Apple”, a investigadora não esconde a expectativa.Esperamos ganhar, temos trabalhado duramente para essa meta. Mas, em qualquer caso, ser um dos 10 selecionados a partir de muitos outros candidatos já é uma conquista incrível. As outras mulheres finalistas são fantásticas, inclusive já sou fã de algumas delas, admiro o seu trabalho, a sua visão e como elas também querem mudar o mundo. Cada um tem uma história memorável para contar”.

Em caso de vitória, a docente e investigadora já tem destino para o prémio de 50 mil dólares. “Em primeiro lugar, continuaremos a investir no desenvolvimento dos nossos produtos, em segundo, vamos fortalecer a nossa estratégia de entrada para o mercado, e terceiro, e mais importante, queremos partilhar com todas as mulheres no mundo a oportunidade que a Women Who Tech nos proporcionou, por isso vamos aplicar parte do prémio na criação um concurso para as mulheres, não importa a idade ou fundo, onde será apresentada uma ideia para um projeto sobre a qual a tecnologia Didimo possa ser usada. A vencedora receberá apoio para a implementação da sua ideia”.

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Sobre Veronica Orvalho

Nascida na Argentina e filha de pai português, Veronica Orvalho é licenciada em Engenharia de Software pela Universidade de Belgrano, em Buenos Aires. Fez o Mestrado em Desenvolvimento de Videojogos na Universitat Pompeu Fabra, em Barcelona, e é doutorada em Ciências da Computação pela Universidade da Catalunha. Professora do Departamento de Ciência de Computadores da Faculdade de Ciências da U.Porto desde 2008, conta com uma alargada experiência na indústria da computação gráfica. Não é por isso de estranhar que tenha focado o seu trabalho de investigadora em “facial ridding”, um sistema que tem como objetivo tornar a expressão facial, no cinema de animação, mais realista.