Carlos Vasconcelos, Prémio Nacional de Medicina Interna

Aposentado desde fevereiro deste ano, Carlos Vasconcelos é regente da cadeira de Medicina do 6.º ano do Mestrado Integrado em Medicina do ICBAS. (Fotos: Just News)

Carlos Vasconcelos, diretor da Unidade de Imunologia Clínica (UIC) do Hospital de Santo António, no Porto, e Professor Catedrático Convidado do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) desde 1986, foi distinguido com a primeira edição do Prémio Nacional de Medicina Interna, galardão criado pela Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) para distinguir anualmente um internista que tenha “contribuído de forma relevante para a divulgação, avanço científico e/ou implementação da especialidade em Portugal”.

Carlos Vasconcelos nasceu em 1952 e é natural de S. João da Madeira, mas desde os 13 anos que vive no Porto. Licenciou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina do Porto, tendo entrado no Hospital de Santo António em janeiro de 1977. No ICBAS é atualmente regente da cadeira de Medicina do 6.º ano, apesar de se ter aposentado em fevereiro deste ano.

A cerimónia de entrega do Prémio Nacional de Medicina Interna 2016 decorreu a 29 de maio, em Viana do Castelo, após a conferência de abertura do XXII Congresso Nacional de Medicina Interna/V Congresso Ibérico.

Agradecendo a todos que lhe são próximos, Carlos Vasconcelos dedicou a distinção “a todos os internistas, particularmente os conhecidos, que comigo o mereciam tanto ou mais do que eu”. O prémio foi entregue por Manuel Teixeira Veríssimo, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, e João Araújo Correia, diretor do Serviço de Medicina 1 do Hospital Geral de Santo António/Centro Hospitalar do Porto.

Em entrevista à Just News, Carlos Vasconcelos lembra que desde cedo percebeu que o seu campo era a Medicina Interna, por ser “uma das especialidades em que é possível ir sempre mais longe”, pois, há diversos tipos de Medicina Interna. Por outro lado, “trata-se de uma especialidade pluripotencial, o que permite a diferenciação em variadíssimas áreas”, o que “não significa que todos tenham a capacidade de fazer tudo, mas todos têm a capacidade de fazer o que quiserem, desde que trabalhem e se diferenciem na área”.

Ao longo da sua carreira profissional, Carlos Vasconcelos tem-se dedicado sobretudo à área da Imunologia, pela qual se interessou ainda durante o internato. “Mesmo durante o estágio em Medicina Interna, ia todos os dias, entre as 16h00 e as 19h00, para o Laboratório, precisamente porque me apaixonei por esta área”, realça o internista, esclarecendo que começou pelas imunodeficiências adquiridas ainda antes de saber que eram provocadam por um vírus, em 1982. O lúpus foi sempre uma paixão, que o levou mais tarde a desenvolver uma tese de doutoramento nessa área também no ICBAS, em 2007.