O livro Palladio e o Moderno, da autoria do arquiteto e professor da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), José Miguel Rodrigues, e com prefácio de Joana Couceiro, arquiteta e docente convidada da FAUP, é um dos dois vencedores do Prémio FAD de Pensamento e Crítica 2021, destinado aos melhores textos sobre arquitetura publicados, em 2020, por autores ibéricos.

Publicado pela editora Circo de Ideias, com apoio do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da FAUP, e coordenação editorial da arquiteta Magda Seifert, Palladio e o Moderno reúne dois ensaios numa única lição: a aula pública com o mesmo título, apresentada no âmbito de uma prova de agregação em História da Arquitetura Moderna, e a sua sequela, a propósito do Pensamento Arquitetónico de Eduardo Souto de Moura.

O Júri, constituído por Jorge Torres, Susana Landrove e Joan Olona, destaca como ponto de maior interesse o “reconhecimento do termo moderno ‘como forma de atividade que mantém uma relação perfeita com a vida’ e como este acompanha diferentes obras e arquitetos em toda a história da arquitetura”.

“Ser moderno desde os antigos é o programa que Palladio desenvolve e que, com grande sensibilidade, o autor mostra tanto na análise das suas obras — vilas, palácios, basílicas, pontes e templos —, quanto através da sua teoria, na qual a tensão entre a norma – as ordens – e a liberdade – os ‘abusos’ e as ‘invenções’ – definem a arquitetura de Palladio e da sua modernidade”, acrescenta.

O júri assinalou ainda que, com o livro, “José Miguel Rodrigues cumpre de forma notável a difícil tarefa de apontar novas leituras sobre referências do passado, perspectivando-as no presente simultaneamente de forma acessível e sugestiva. A sua visão contemporânea do nosso passado constitui, sem dúvida, um grande contributo à crítica arquitectónica”.

Para além do livro do docente da FAUP, o Prémio FAP de Pensamento e Crítica 2021 distinguiu ainda a obra Habitar el agua, dos espanhóis Ana Amado Pazos e Andrés Patiño Eirín.

Menção Honrosa para projeto da Casa no Tâmega

Já na categoria de Arquitetura, o júri desta edição dos Prémios FAD distinguiu com uma Menção Especial o projeto Casa no Tâmega, da autoria de Nuno Melo e Sousa, docente convidado da FAUP, e Hugo Ferreira.

Sobre a Casa no Tâmega, da autoria de Nuno Melo e Sousa e Hugo Ferreira, o Júri, constituído por Fabrizio Barozzi, Agnès Blanch, Daria de Seta, Joan March, Pedro Matos Gameiro e Rosa Rull, sublinha “como a extroversão e a complexidade primária dos espaços exteriores, gerados pela inserção da casa na topografia sem apenas modificá-la, contrapondo-se à introversão e simplicidade dos espaços interiores, geram situações de uso sempre matizadas, diferentes e mutáveis”.

Recorde-se que, em 2016, o Prémio FAD de Arquitetura foi atribuído ao arquiteto Francisco Vieira de Campos, Professor Convidado da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), pelo projeto para o Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, na Ribeira Grande.

Nuno Melo e Sousa. (Foto: DR)

Sobre os Prémios FAD

Atribuídos desde 1958 pela pela associação espanhola ArquinFad, os Prémios FAD (Fomento de las Artes y del Diseño) são considerados os mais antigos e importantes prémios dedicados à arquitetura ibérica.

Para além do Prémio FAD de Pensamento e Crítica e do Prémio FAD de Arquitetura e Interiorismo, a edição deste ano do galardão incluiu ainda a atribuição dos Prémios FAD Internacionais (destinados a  projetos internacionais, realizados por ateliers com sede em Espanha ou Portugal) e dos Prémios Habitácola (destinados a trabalhos da autoria de estudantes de arquitetura e desenho).

A cerimónia de entrega dos prémios e diplomas decorreu esta quinta-feira, 15 de julho, no Auditório do edifício Disseny Hub, em Barcelona.

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