As tradicionais biópsias poderão vir a ser substituídas por um novo método menos invasivo e menos dolorosa.

Organizado anualmente pelo Ipatimup desde 1990, o Porto Cancer Meeting será realizado pela primeira vez sob a égide do i3S, a 11 e 12 de maio de 2017. Este ano, o programa científico do XXIV Porto Cancer Meeting (PCM) incidirá sobre «Biópsia líquida: aproximar a medicina de precisão à oncologia» (“Liquid biopsy: bringing precision medicine closer to oncology“), uma nova metodologia clínica que se caracteriza por ser menos invasiva e menos dolorosa do que a biópsia tradicional.

O intuito deste PCM é promover uma discussão sobre o papel que a biópsia líquida pode desempenhar no diagnóstico, monitorização e tratamento de doentes oncológicos, tendo em vista o desenvolvimento da medicina de precisão na prática clínica diária. O objetivo fundamental, explicam José Luís Costa, André Albergaria e Jorge Lima – os investigadores do i3S que constituem a Comissão Científica desta edição do PCM -, «é que a biópsia líquida, que consiste na recolha de material genético circulante, possa substituir as biópsias tradicionais, que são muito invasivas e menos acessíveis, e identificar assim o melhor tratamento possível para cada doente».

A biópsia líquida, sublinham os três investigadores, «tem vindo a assumir uma importância crescente como abordagem para a caracterização tumoral. O rápido desenvolvimento de tecnologias de última geração, altamente sensíveis e precisas, dotou os investigadores de ferramentas para analisar o papel dos biomarcadores na saúde, na doença e na resposta ao tratamento». Com a biópsia líquida é possível isolar o ADN tumoral de cada doente oncológico, identificar as suas caracteríticas únicas e, deste modo, perceber o que o torna sensível ou resistente a tratamentos muito concretos. E ao mesmo tempo,  ir monitorizando com mais precisão a sua reação aos tratamentos.

Tendo presente o tema deste ano, o Porto Cancer Meeting contará com a presença, não só de investigadores de renome em oncobiologia, como também de clínicos especializados e de cientistas da indústria farmacêutica, precisamente com o intuito de integrar diferentes perspetivas sobre o tema (biópsia líquida) e criar sinergias entre a academia, a clínica e indústria.

Entre a longa lista de oradores, José Luís Costa, André Albergaria e Jorge Lima destacam a presença dos cientistas Raghu Kalluri (University of Texas MD Anderson Cancer Center), Emmanuel Antonarakis (Johns Hopkins Sidney Kimmel Comprehensive Cancer Center) e Caroline Dive (Cancer Research UK Manchester Institute) que trabalham nesta área.

Mais informações disponíveis no website do Porto Cancer Meeting.