“Investigador de profissão e de coração” Pedro Fontes de Oliveira nasceu em Penafiel mas assume-se como natural da freguesia da Sé, bem no centro histórico “desta cidade fantástica”, como refere.

Licenciado em Bioquímica pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e pela Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP) em 1996 e doutorado também pelo ICBAS em Ciências Biomédicas (2004), fez ainda um pós-doutoramento em Ciências Biomédicas, em 2008, no CECA/ICETA da U. Porto.

Iniciou o seu percurso profissional mal acabou o curso, como leitor convidado igualmente no ICBAS e desde então tem-se dedicado à investigação e ensino no referido instituto, bem como investigador principal no i3s e ainda na Universidade da Beira Interior. Também a nível internacional tem colaborado com diferentes institutos e universidades, nomeadamente, na Áustria, França e Itália. Atualmente, desempenha o cargo de docente afiliado do Departamento de Microscopia do ICBAS.

Entre “muitos projetos que se vão construindo e concretizando” ao longo dos anos, Pedro Oliveira integrou um projeto de investigação, liderado pelo investigador do ICBAS Marco G. Alves, em colaboração com um aluno de doutoramento nos EUA e de investigadores do Rockefeller Center.

A investigação, feita, recentemente, conduziu à descoberta de uma molécula reguladora com um papel fulcral na fertilidade masculina. Estes resultados propiciam a produção de um fármaco que irá permitir o tratamento da fertilidade masculina.

– Naturalidade?
Porto, mais propriamente da freguesia da Sé, embora o meu documento de identificação faça menção a Penafiel.

– Idade?
43 anos.

– De que mais gosta na Universidade do Porto?
Gosto da dimensão e projeção que a Universidade do Porto tem. Gosto sobretudo de que esteja inserida nesta cidade fantástica.

– De que menos gosta na Universidade do Porto?
Da distância e afastamento que algumas das instituições e faculdades estabeleceram entre si. De facto, não favorece o intercâmbio de ideias e experiências.

– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?
Como sou investigador de profissão e coração, gostava de ver novamente esta carreira valorizada na Universidade do Porto. Faz todo o sentido com o crescente número de alunos de alunos a frequentarem os 2º e 3º ciclos.

– Como prefere passar os tempos livres?
Com as pessoas de quem gosto. Gosto de viajar, de ler e de cozinhar.

– Um livro preferido?
São muitos, mas posso destacar dois ou três que me marcaram mais… A Selva de Ferreira de Castro, As intermitências da Morte de José Saramago, a trilogia Os Prazeres e as Sombras de Gonzalo Torrente Ballester…

– Um disco/músico preferido?
Gosto especialmente de MPB, mas tenho alguma dificuldade em destacar alguém em particular. Neste momento, escolheria Mônica Salmaso ou Cida Moreira a interpretar Chico Buarque.

– Um prato preferido?
Sou um fervoroso adepto e defensor da gastronomia portuguesa e um guloso por defeito. Adoro doces conventuais, sobretudo os da região de Amarante.

– Um filme preferido?
Definitivamente, África Minha de Sydney Pollack. Posso também destacar Um Homem Singular de Tom Ford.

– Uma viagem de sonho (realizada ou por realizar)?
Adorei conhecer a Ásia. As viagens à China e Índia deixaram-me as melhores recordações. Viena deixou-me também a impressão de uma cidade deslumbrante.

– Um objetivo de vida?
Ser feliz a fazer o que faço e contribuir de algum modo para que outros também o possam ser.

– Uma inspiração?
Sou inspirado sempre pela pessoa que tenho ao meu lado. Inspira-me a honestidade, a coragem, o trabalho e a dedicação.

– O projeto da sua vida…
Não tenho um projeto de vida. Tenho vários projetos que se vão construindo e concretizando.

– Uma ideia para promover uma maior ligação entre a Universidade e a comunidade?
O esforço que Universidade do Porto tem feito nesta área é notável. Há um envolvimento efetivo com a comunidade local. Mas talvez gostasse, a exemplo do que acontece noutras cidades, que houvesse mais eventos em que Universidade abandonasse os seus espaços e se misturasse com a comunidade.