Nascido em Morón (na República de Cuba) há 50 anos, Miguel Angel Guevara López trocou a ilha caribenha pela cidade do Porto em 2008, data desde a qual é investigador auxiliar contratado do Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI). É licenciado em Educação – Especialidade Matemática pelo Instituto Superior Pedagógico “José Martí Pérez” e doutorado em Ciências Técnicas pelo Instituto de Cibernética, Matemática e Física do Ministério de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, acumulando mais de vinte e cinco anos de experiência docente em diversas instituições e níveis de ensino – o que já lhe valeu a “Distinção pela Educação Cubana”, prémio de reconhecimento entregue aos professores com 20 ou mais anos de ensino em Cuba.

No INEGI, coordena o projeto GRIDMED, uma iniciativa transfronteiriça na área da saúde pública, que junta também investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do Centro Extremeño de Tecnologías Avanzadas del Centro de Investigaciones Energéticas, Medioambientales y Tecnológicas (CETA-CIEMAT) no desenvolvimento de ferramentas para o diagnóstico precoce de cancro da mama.  Este projeto acaba de ser distinguido pela Fundación de la Ciencia y la Tecnología Española (FECYT) como um dos três casos de êxito entre os projetos de I&D&I  (Investigação, desenvolvimento e inovação).

De que mais gosta na Universidade do Porto?

As facilidades que oferece para o desenvolvimento da investigação, seu dinamismo e a excelência da sua investigação.

De que menos gosta na Universidade do Porto?

Às vezes encontram-se dificuldades para estabelecer colaboração e partilhar os resultados alcançados com os diferentes grupos e centros de investigação, mesmo dentro da U.Porto.

Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

Em relação com o ponto anterior, dado que é uma tendência infelizmente ainda muito comum nas universidades portuguesas, considero que devem estabelecer-se sinergias e regulamentos que permitam ultrapassar estas dificuldades.

Como prefere passar os tempos livres?

Com a minha família e sempre que é possível gosto de ir à praia

Um livro preferido?

“Vinte mil léguas submarinas”.

Um disco/músico preferido?

Em geral, a música dos Beatles.

Um prato preferido?

Gosto de peixe grelhado.

Um filme preferido?

A trilogia de “O Padrinho”.

Uma viagem de sonho (realizada ou por realizar)?

Visitar as pirâmides de Egipto.

Um objetivo de vida?

Em termos profissionais, criar um polo de investigação de excelência mundial na área dos “Métodos de Apoio ao Diagnóstico do Cancro”, e em específico do cancro da mama. Consolidar a minha carreira na Universidade do Porto.

Uma inspiração? (pessoa, livro, situação…)

Os meus filhos.

Como vê o futuro do GRIDMED?

As três instituições que participam neste projeto (o Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial, a Faculdade de Medicina – Centro Hospitalar São João, ambos pertencentes à Universidade do Porto e o Centro Extremeño de Tecnologias Avanzadas, Espanha) tem toda a vontade de continuar a sua colaboração para aprofundar os resultados até agora alcançados. Com esse objetivo se trabalha na expansão do BCDR com a inclusão de novos casos de pacientes (agora acrescentando além das imagens mamográficas, também imagens ecográficas) e o desenvolvimento de novos métodos de apoio ao diagnóstico, com maior precisão na classificação de lesões mamárias. O projeto vai ser renovado por mais um ano (com suporte em financiamento proveniente de FEDER) e temos preparada uma nova proposta de projeto com o objetivo concorrer a novas de fontes de financiamento ao nível europeu. Alem de isto foi iniciado o processo de certificação (a nível Europeu) dos métodos desenvolvidos, dado que temos recebido manifestações de interesse de empresas que estão atualmente inseridas no mercado para explorar os classificadores desenvolvidos. Portanto, considero que a continuidade do projeto GRIDMED esta garantida.