O nome dispensa apresentações, ou não falássemos de um dos mais reconhecidos cientistas portugueses, fundador do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), Prémio Pessoa em 2002 e considerado, em 2015, o mais influente patologista do mundo. Manuel Alberto Coimbra Sobrinho Simões. Assim se apresenta o nome que se juntou, no passado dia 5 de dezembro, à galeria ilustre das personalidades agraciadas pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, honra destinada àqueles que se distinguem pelo mérito literário, científico ou artístico, com especial relevância para Portugal.

Sobrinho Simões foi recentemente agraciado pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada

Professor catedrático jubilado – desde setembro passado – de Anatomia Patológica da Faculdade de Medicina da U.Porto  Sobrinho Simões lançou recentemente um livro que reúne os seus discursos na atribuição dos prémios Pessoa (2002) e Ciência VIVA (2016), bem como nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas 2017, a cuja comissão organizadora presidiu. Os Portugueses: de onde vimos, o que somos, para onde vamos reflete o interesse do autor em esclarecer o que, nos portugueses, “é fruto dos genes ou o resultado da sua educação, do seu estilo de vida, da sua cultura. O tema continua a suscitar, de forma recorrente, a pergunta “Quem somos, de onde vimos?”, articulada agora com a vontade de pensar o papel da educação e da formação nos caminhos do futuro” que Sobrinho Simões diz ter “resumido num atrevido “Para onde vamos?””.

De entre as inúmeras distinções atribuídas ao longo da sua trajetória, destacam-se as mais recentes: Patologista mais influente do Mundo (2015), Grande Prémio Ciência Viva Montepio (2016) e Prémio de Mérito da Competência em Gestão dos Serviços de Saúde (2017). Atualmente, acumula os cargos de diretor do Ipatimup e de vice-diretor do I3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da U.Porto, o “super-centro de investigação” que ajudou a criar a partir da colaboração entre três dos mais conceituados centros de investigação da U.Porto: o IPATIMUP, o Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) e o Instituto de Engenharia Biomédica (INEB).

É por todas estas razões que Manuel Sobrinho Simões se apresenta em nome próprio.

Naturalidade? Ordem da Lapa, Cedofeita, Porto.

Idade? 70 anos.

Do que mais gosta na Universidade do Porto?

Das pessoas.

Do que menos gosta na Universidade do Porto?

Da burocracia.

Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

Introduzir recompensa ao mérito.

Como prefere passar os tempos livres?

A apanhar sol e a ler.

Um livro preferido?

Muitos do Eça.

Um disco/músico preferido?

Jacques Brel.

Um prato preferido?

Lampreia à bordalesa.

Um filme preferido?

“À bout de souffle” de Godard.

Uma viagem de sonho (realizada ou por realizar)?

A volta ao Brasil com toda a família em 1995.

Um objetivo de vida?

Continuar a aprender (e não dar cabo da vida aos outros).

Uma inspiração?

O Papa Francisco, apesar de não ser crente.

O projeto da sua vida é?

Ser um tipo decente, se possível bom pai, bom avô e bom professor.

Uma ideia para promover a investigação da U.Porto a nível internacional?

Pôr a Universidade e os seus Centros de Investigação no Roteiro Cultural da Cidade.