Ana Rosalina Ribeiro é natural de Amarante e veio para o Porto em 2006 para estudar Bioquímica no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, prosseguindo, depois, no mestrado, no mesmo instituto.

Em 2011 teve oportunidade de ingressar num grupo de investigação recém-formado no IBMC, liderado por Nuno Alves. A ideia era desenvolver a dissertação de mestrado mas uma nova oportunidade surgiu entretanto: uma bolsa do IJUP, programa da Universidade do Porto para estímulo à investigação jovem. Com o colega de curso Pedro M. Rodrigues, e apoio da restante equipa, deu os primeiros passo na área de imunologia com o objectivo de compreender o processo pelo qual o sistema imunológico vai perdendo flexibilidade com o avançar da idade.

Dois anos volvidos, Ana mantém-se no mesmo grupo, progredindo nas questões e nas respostas que alimentam o desafio inicial. Tal como o colega Pedro, está a fazer o Doutoramento e, recentemente, publicou um importante artigo no The Journal of Immunology, que lança novas luzes sobre como recuperar o sistema imunológico de pessoas sujeitas a tratamentos de leucemias ou infecções por VIH. Aos 25 anos, e com um início de carreira promissor, Ana tem ideias claras sobre a Universidade e sobre a forma como poderemos potenciar o conhecimento nela gerado.

 De que mais gosta na Universidade do Porto?

O que mais gosto na Universidade do Porto é a maneira como se envolve com a cidade. Como antiga aluna de Bioquímica, as viagens entre a FCUP e o ICBAS proporcionaram-me bons momentos de harmonia com o Porto.

– De que menos gosta na Universidade do Porto?



Apesar de achar que a distribuição dos diferentes pólos pela cidade promovem a interação com a cidade, muitas vezes as interações entre institutos e faculdades é sob-aproveitada.

– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

Tem havido uma maior cooperação entre diferentes áreas do conhecimento que julgo ser fundamental para melhorar a qualidade dos trabalhos produzidos pela UP. Para além disso,  num período crítico como aquele em que nos encontramos, penso que a sensibilização e divulgação do que de melhor se faz na Universidade do Porto pode ser uma mais valia na obtenção de novas e diferentes oportunidades de financiamento.

– Como prefere passar os tempos livres?


Os tempos livres são passados entre amigos e família, a brincar com os meus sobrinhos sempre que posso. Aproveito todas oportunidades para viajar, mas como nem sempre é possível, cafés e saídas entre amigos, concertos e praia são sem dúvida a melhor maneira de passar o tempo.

– Um livro preferido?



“As intermitências da morte”, de José Saramago

– Um disco/músico preferido?



De eleição, Radiohead e The National, mas há tantos outros…

– Um prato preferido?



Sou o que se costuma chamar de bom garfo, gosto de comer de tudo e experimentar novos pratos, mas o bacalhau, em todas as suas vertentes, é o que me faz crescer mais água na boca.

– Um filme preferido?



“Shawshank Redemption”, “Forrest Gump” e “Pulp Fiction” são apenas alguns entre muitos filmes que revejo sempre com gosto.

– Uma viagem de sonho (realizada ou por realizar)?

Felizmente, as viagens de sonho por realizar são ainda mais do que as realizadas. Há ainda muitos sítios à minha espera… São Francisco e Japão são talvez dos sítios que me despertam mais curiosidade.

– Um objetivo de vida?

Não gosto de fazer planos a longo prazo, neste momento o meu objectivo é acabar o meu doutoramento e ter a oportunidade de continuar a fazer ciência, numa primeira fase fora de Portugal.

– Uma inspiração? (pessoa, livro, situação…)

“Põe quanto és no mínimo que fazes”, do heterónimo Ricardo Reis, é uma boa frase de inspiração. Mas prefiro acreditar que todos os momentos e pessoas que fazem parte da nossa vida nos ajudam de alguma forma.

– Como surgiu o gosto pela ciência?

A escolha da área científica era para mim quase óbvia; Desde sempre que me lembro de brincar com os modelos de estrutura química do meu pai, que era professor de química. Aquilo era quase um puzzle para mim! À medida que fui crescendo, a minha curiosidade pelas áreas da biologia e da química levaram-me a participar em várias atividades científicas, inclusive na Universidade Júnior da UP, que foram sempre fazendo o “bichinho”. Quando entrei em bioquímica ainda não sabia se era a biologia ou a química que me despertava mais interesse

mas cedo percebi que era a biologia celular e molecular e, principalmente, a Imunologia que me preenchiam as medidas! Hoje, não consigo imaginar a minha vida longe de um laboratório!