Quando, no passado dia 20 de maio, realizou o compromisso de honra e o juramento da “condição policial” na Escola Prática da Polícia, em Torres Novas, Tiago Esteves já sabia que a sua história se destacava entre a dos 571 novos agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP). Não só por estar a cumprir um sonho antigo, mas também por tê-lo feito depois de concluir o 15.º Curso de Formação de Agentes da PSP com a melhor nota a nível nacional.

Licenciado em Criminologia pela Faculdade de Direito da Universidade do Porto (FDUP) em 2017, Tiago Esteves é já um velho “conhecido” da PSP. Filho de mãe polícia, realizou o estágio curricular da licenciatura na Divisão de Investigação Criminal do Porto, graças a um protocolo assinado entre a Faculdade e a Polícia de Segurança Pública. Após terminar o curso, ainda tentou concorrer ao 14.º Curso de Formação de Agentes da PSP. No entanto, devido a uma lesão, viu-se forçado a adiar o sonho… O mesmo que cumpriu agora com distinção.

E o feito deste antigo estudante da FDUP ganha ainda outra relevância por ter acontecido em circunstâncias inéditas. Após terminar o Curso de Formação de Agentes da PSP em Torres Novas, Tiago voltou a casa para realizar o estágio no Comando Metropolitano do Porto. Não estava previsto mais do que um mês, mas o surto de Covid-19 mudou-lhe os planos. O período estendeu-se e a experiência tornou-se ainda mais enriquecedora. “Tive a oportunidade de aprender muita coisa, apanhar diversas ocorrências e participar em muito do serviço”, confessa. O primeiro lugar no curso acabaria, assim, por ser a cereja no topo de um bolo recheado de momentos de aprendizagem.

Para além do percurso académico notável, a passagem do agora agente Esteves pela U.Porto fica ainda marcada pela ligação ao associativismo académico. Membro da Associação de Estudantes da FDUP durante dois anos, foi uma das vozes e guitarras da Tuna Académica da Faculdade de Direito (TAFDUP) e do Grupo de Fados da FDUP, aos quais permanece ligado. Da ligação de Tiago Esteves à U.Porto não faltam por isso “boas memórias” e uma certeza: “Quando entrei para a Faculdade diziam-me que iam ser os melhores quatro anos da minha vida. Não duvido que tinham razão”.

Naturalidade? Porto

Idade? 25 anos

De que mais gosta na Universidade do Porto?

Tendo em conta que já há algum tempo não estou a par do que se passa no mundo académico ou, mais concretamente, no que diz respeito à Universidade do Porto, creio que uma das ideias mais positivas que tenho da U.Porto é o apoio que dá aos estudantes, mais concretamente, e quanto à minha experiência pessoal, no que diz respeito aos grupos académicos quando estes solicitam o seu apoio ou no que concerne à atividade das associações de estudantes, nomeadamente na realização de certos eventos ou na cedência dos seus espaços. Por várias vezes, a Reitoria da U.Porto recebeu alguns grupos académicos da FDUP para o desempenho das suas atividades quando a própria faculdade não o fez. Outros exemplos de boas memórias que tenho, por exemplo, de eventos de receção de alunos de mobilidade por parte da ESN, realizados na Reitoria, ou de muitas horas passadas nos recintos desportivos da Universidade, nomeadamente no CDUP-UP, em treinos e competições, desenvolvidas quer pela FAP, quer pela AEFDUP. No fundo, creio que um dos pontos positivos da U.Porto é, sem dúvida, a disponibilidade e o apoio interinstitucional que presta aos seus estudantes, além do largamente conhecido mérito pela qualidade dos projetos que são desenvolvidos a nível científico e tecnológico nas suas diversas áreas.

De que menos gosta na Universidade do Porto?

Quanto aos seus pontos negativos, e mais uma vez tendo em conta o meu limitado conhecimento de causa, creio que a U.Porto deveria ter uma maior intervenção sobre as próprias Faculdades que de si dependem no que diz respeito às necessidades dos seus estudantes. Não se deveria admitir que uma Faculdade se exima das responsabilidades que lhe deveriam ser inerentes no apoio e orientação aos seus alunos, devendo, na minha opinião, a U.Porto demonstrar uma maior atenção às diversas situações deste género, mesmo sem serem os próprios estudantes a solicitar ou a demonstrar o seu desagrado.

Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

Se aquilo que foco no ponto anterior ainda se verifica, de uma forma ou de outra, creio que seria, indubitavelmente, um ponto a melhorar.

Como prefere passar os tempos livres?

Gosto de passar os meus tempos livres a fazer exercício físico, ver filmes ou séries, ouvir e tocar música, conviver e estar com amigos e família.

Um livro preferido?

Confesso que nunca fui um grande leitor. Aliás, é algo que tenho vindo a procurar mudar nos últimos tempos, algo que estou a redescobrir em mim, principalmente em relação aos temas que me atraem. Recentemente li o “Sniper Americano”. Curiosamente foi depois de ver o filme, que é precisamente baseado no livro, que ganhei imenso interesse em ler o respetivo. Confirmei aquilo que diversas vezes ouvi, que um filme, comparado com o seu livro, perde muito.

Um disco/músico preferido?

Ao longo dos meus anos de estudante desenvolvi novos gostos musicais, descobri e conheci muito boa música. No fundo tenho um gosto bastante alargado, pelo que acho que não consigo enumerar um ou outro preferidos.

Um prato preferido?

Sucede o mesmo com a comida. Quem me conhece sabe que gosto bastante de comer. Para além de uma necessidade, é um grande prazer. Mas posso dizer que não resisto, por exemplo, a uma boa francesinha!

Um filme preferido?

Não sendo capaz de escolher um filme como preferido, sou amante de filmes de ação/ aventura, ficção científica, policiais/criminais e comédia.

Uma viagem de sonho?

Tenho muitos destinos em mente, pois é algo que eu quero muito fazer: viajar e conhecer outras terras, outras culturas. Um dos países que quero e hei-de visitar um dia é, sem dúvida, Cuba; ou, na Europa, Itália e Grécia; também tenho intenção de visitar alguns países em África e Ásia.

Um objetivo de vida?

Para além dos objetivos que me são inerentes devido à minha profissão, gostava de conseguir contribuir com o que me fosse possível na integração entre a minha formação de ensino superior e a atividade policial, ou seja, tendo por base aquilo que aprendi ao longo da minha licenciatura, quero conhecer de forma mais concreta e procurar desenvolver os aspetos em como a Criminologia e a sua multidisciplinaridade pode ajudar e ter um papel fundamental na atividade operacional e estratégica das Forças de Segurança.

Uma inspiração?

Creio ter várias fontes de inspiração. Considero que estamos constantemente em evolução e aprendizagem e todas as oportunidades são boas para aprender algo ou retirar alguma conclusão. Conheci muitas pessoas ao longo dos anos, inclusive considero que foi uma das melhores coisas que a minha passagem pela U.Porto me deu, assim como um grande leque de experiências e vivências, e tomo bastantes dessas pessoas com um exemplo. Quando entrei para a Faculdade diziam-me que iam ser os melhores quatro anos da minha vida. Não duvido que, pelo menos em parte, tinham razão.