Desde que foi nomeada “Presidente da Câmara dos Jovens” na “sua” Santa Maria da Feira, em 2015, Sofia Pais tem traçado um percurso intimamente ligado ao associativismo e, em particular, ao associativismo estudantil. Em 2017, e já com uma participação na Cimeira Jovem do G7 (em Berlim) no currículo, integrou o Grupo de Jovens da Unicef e assumiu o cargo de vice-presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Direito da Universidade do Porto (FDUP), onde está a prestes a concluir a licenciatura em Direito.

Mas tudo poderia ter sido diferente. Afinal, “a escolha do curso não foi fácil. A indecisão esteve sempre entre Direito e Economia”, confessa Sofia ao Notícias U.Porto. Mas não se arrepende. Na Rua dos Bragas, encontrou um curso “muito abrangente e desafiante” e onde se adquire “um conhecimento sólido, que será capaz de nos orientar em qualquer tomada de decisão num futuro emprego (seja ele qual for!)”.

E é precisamente para ajudar outros estudantes nessa tomada de decisão que Sofia abraçou recentemente um novo desafio: ser Embaixadora European Union Careers (EU Careers) para Portugal, cargo no qual tem como missão dar a conhecer aos estudantes portugueses as diversas oportunidades de carreira que existem nas instituições da União Europeia espalhadas por todo o mundo.

A construção europeia foi, de resto, um tema que sempre interessou à estudante.”Talvez pelo desafio que é construir uma União que seja capaz de garantir a liberdade, sem fronteiras internas, e promover a paz, mesmo quando os interesses dos Estados-Membros são distintos”, justifica. Já sobre os projetos desenvolvidos enquanto em Embaixadora da UE Careers, Sofia não tem tido mãos a medir: “Desde outubro, já estivemos presentes em mais de 12 faculdades, em várias Feiras de Emprego e reunimos com o Gabinete do Parlamento Europeu em Portugal e com a Representação da Comissão Europeia em Portugal, para estabelecermos sinergias. Além disso, trabalhamos na divulgação online para que qualquer pessoa possa acompanhar as oportunidades que surgem”.

Prestes a concluir o curso, Sofia encontrou no associativismo uma relação para vida. “É preciso vivê-lo para se conseguir absorver tudo aquilo que ele tem para nos dar. É muito mais do que aquilo que podemos aprender numa sala de aula: é debater ideias, criar projetos, gerir equipas, lidar com obstáculos, encontrar soluções; sabendo que, no final, os estudantes serão sempre o nosso propósito”

Naturalidade? Santa Maria da Feira

Idade? 21 anos

– De que mais gosta na Universidade do Porto? 
Do seu prestígio e reconhecimento, construído por aqueles que fazem parte dela (nomeadamente, pelos seus estudantes) e da diversidade de áreas que podemos encontrar.

– De que menos gosta na Universidade do Porto?
Dos seus processos burocráticos e gostava também que houvesse uma visão menos conservadora.

– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto? 
Promover o desenvolvimento de projetos entre diferentes Faculdades e construir parcerias com os agentes empregadores para potenciar a construção de um conhecimento mais prático.

– Como prefere passar os tempos livres?
Passear à beira-mar, correr e ouvir boa música.

– Um livro preferido?
O Monge Que Vendeu o Seu Ferrari, de Robin Sharma.

– Um disco/músico preferido?
Jack Johnson.

– Um prato preferido?
A lasanha da minha mãe.

– Um filme preferido?
Recentemente, o “Parasite”, por revelar de uma forma impressionante as injustiças sociais e as indiferenças na nossa sociedade.

– Uma viagem de sonho?
Já tive a oportunidade de conhecer a Índia. Foi a melhor viagem que fiz até hoje! Não só pela interessante cultura, mas também pelas pessoas que viajaram comigo. Agora, o objetivo é conhecer as Sete Maravilhas do Mundo.

– Um objetivo de vida?
São vários! Mas quero muito ter o sentimento de “missão cumprida” em tudo aquilo a que me propuser fazer. Quero sentir que, de alguma forma, marquei a diferença em algum projeto, sítio, pessoa ou momento.

– Uma inspiração?
Para além dos meus pais (que são absolutamente extraordinários!), Nelson Mandela, pelo seu altruísmo e pela sua liderança servidora.

– Uma sugestão para incentivar os estudantes a envolverem-se no associativismo estudantil?
O Associativismo é uma escola de valores. Torna-nos pessoas mais críticas e mais capazes. Faz-nos crescer muito! Passamos a questionar muitas coisas para que sejamos capazes de encontrar as melhores soluções para os estudantes. É preciso vivê-lo para se conseguir absorver tudo aquilo que ele tem para nos dar. É muito mais do que aquilo que podemos aprender numa sala de aula: é debater ideias, criar projetos, gerir equipas, lidar com obstáculos, encontrar soluções; sabendo que, no final, os estudantes serão sempre o nosso propósito.