Pedro Moreira, estudante do 6.º ano do Mestrado Integrado em Medicina do Instituto de Ciências Biomédicas Abe Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto, é, desde maio de 2024, o presidente da Associação de Estudantes do ICBAS (AEICBAS).

Medicina não era um sonho de criança, mas na hora de escolher tornou-se a opção óbvia. Também o associativismo entrou de rompante para mudar a sua forma de estar no Ensino Superior, com um “impacto profundo e multifacetado” no seu percurso académico, que lhe “permitiu ver a saúde além do paciente individual mas como potencial impacto em comunidades e na sociedade como um todo”.

Diz que o que o move é a paixão pelo trabalho de representação onde a defesa dos interesses dos estudantes constitui “grande responsabilidade, mas também um desafio profundamente gratificante”, onde encontrou a sua verdadeira vocação – “nas reuniões com stakeholders, órgãos do ICBAS e decisores políticos, descobri a minha verdadeira vocação: encontrar soluções e lutar por melhorias”.

Após três meses e meio de mandato, tempo, embora curto para balanços, destaca as conquistas que foram sendo alcançadas e que espelham o compromisso da nova direção da AEICBAS com a comunidade estudantil. Como o acordo assinado entre a direção do ICBAS e a AIECBAS tendo em vista a implementação de um conjunto inicial de medidas de apoio financeiro, como o financiamento de material obrigatório para os estudantes de Medicina Veterinária, o apoio financeiro para a preparação da Prova Nacional de Acesso para estudantes de Medicina, e a criação de um Prémio de Mérito Extracurricular para reconhecer a excelência fora do âmbito académico.

E ainda a renovação dos espaços da Associação, nomeadamente a Sala Nuno Grande, que é agora um espaço amplo de convívio e a criação de uma nova Sala de Refeições, com o objetivo de contribuir para a redução da sobrecarga na cantina do Complexo.

Quanto ao futuro de Pedro Moreira, o (quase) médico encara-o com… um sorriso: ” Não acredito que tenha um projeto trilhado. Pelo menos não um único. Sempre cresci ensinado sobre a imprevisibilidade da condição humana e de tudo o que lhe é inerente. Gosto de acreditar que o futuro sorrirá à minha dedicação diária”.

Idade: 22 anos

Naturalidade: Paços de Ferreira, Porto

– Do que mais gosta na Universidade do Porto?

O que mais gosto na Universidade do Porto é a sua capacidade de unir tradição e inovação. Por um lado, carrega uma história rica, marcada por gerações de conhecimento e um legado académico que inspira respeito. Por outro, é um espaço em constante renovação, onde a inovação científica e o pensamento criativo estão na base de tudo o que fazemos.  E esta simbiose tem um paralelismo perfeito com a nossa cidade Invicta. É também no Porto, tão autêntico e vibrante, onde a história se encontra com a modernidade.

– Do que menos gosta na Universidade do Porto?

Embora não seja uma problemática exclusiva da Universidade do Porto, inquieta-me profundamente a falta de soluções de habitação para os estudantes do Ensino Superior, uma ausência que ameaça o sonho de muitos em concluir (ou sequer iniciar) a sua formação. Assusta-me pensar que o elevador social, que o Ensino Superior tão bem simboliza, possa ficar fora do alcance de muitos pelas já pré-existentes assimetrias sociais.

– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

Fomentar a interdisciplinaridade, criando, por exemplo, mais Unidades Curriculares optativas que juntem estudantes de diferentes áreas do saber, para resolver problemas do mundo real em conjunto. Além disso, promover hackathons ou competições interdisciplinares e implementar projetos de investigação colaborativos entre várias Unidades Orgânicas ajudaria a desenvolver uma visão mais ampla e preparar os estudantes para o mercado de trabalho. Acredito que este intercâmbio de saberes fortaleceria tanto o conhecimento quanto a coesão de toda a comunidade académica.

– Como prefere passar os tempos livres?

Não são tantos como gostaria, mas aproveito para conviver com amigos e família e, quando maiores um bocadinho, para viajar.

– Um livro preferido?

Complexo escolher apenas um, mas talvez por ter sido o primeiro (e único livro) que me fez chorar, diria “O Meu Pé de Laranja Lima” de José Mauro de Vasconcelos.

– Um disco/músico preferido?

Ainda mais difícil… a música ocupa um lugar importante na minha vida e a cada álbum associo um período da mesma. “Carrie & Lowell” de Sufjan Stevens acompanhou um tempo que relembro com alguma nostalgia, mas muito carinho.

– Um prato preferido?

Francesinha, como não poderia deixar de ser.

– Um filme preferido?

“Eternal Sunshine of the Spotless Mind” abriu-me novos horizontes em como olhar para as minhas relações interpessoais num período especialmente importante.

– Uma viagem de sonho?

Um “mochilão” sozinho pela América do Sul.

– Um objetivo de vida?

Sentir que a minha ação tem verdadeiramente impacto na comunidade que me rodeia.

– Uma inspiração?

A minha mãe. Quem me ensinou que tudo vale a pena quando a alma não é pequena.

– O projeto da sua vida?

Não acredito que tenha um projeto trilhado. Pelo menos não um único. Sempre cresci ensinado sobre a imprevisibilidade da condição humana e de tudo o que lhe é inerente. Gosto de acreditar que o futuro sorrirá à minha dedicação diária.