Fascinado desde a adolescência pelos mecanismos moleculares, genéticos e evolutivos na base da vida, Nuno Rodrigues dos Santos iniciou o seu percurso no curso de Biologia na Faculdade de Ciências da U.Porto, ingressando posteriormente no mestrado de Oncobiologia da Faculdade de Medicina (FMUP). Foi aí que, sob a orientação «inspiradora do Prof. Manuel Sobrinho Simões e de outros membros do IPATIMUP», iniciou uma carreira na área da Oncobiologia.
A ideia de combinar a aprendizagem científica avançada com o conhecimento de outras sociedades sempre cativou este investigador que, depois de 25 anos de vida no Porto, decidiu avançar para um périplo de 19 anos que o levou a vários destinos do mundo.
Iniciou o Doutoramento no departamento de Genética Humana do Hospital Universitário de Nimega (Países Baixos), com uma bolsa da JNICT/FCT, e, concluído o projeto, foi trabalhar – ao abrigo de uma bolsa Marie Curie Fellowships da Comissão Europeia – como investigador pós-doutoral no Instituto Curie em Paris, onde iniciou o estudo dos mecanismos envolvidos no desenvolvimento de leucemia de linfócitos T, o qual o tem ocupado desde então.
Em 2008, iniciou o seu laboratório em Faro, no Centro de Investigação em Biomedicina na Universidade do Algarve e foi aí que desenvolveu vários projetos sobre o desenvolvimento de leucemia de linfócitos T, incluindo um que foi publicado numa das revistas mais conceituadas da investigação em cancro, a Cancer Discovery.
No início de 2016, fechou o círculo e voltou ao ponto de partida, ao Ipatimup, agora integrado no novo Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S).
Naturalidade? Porto
Idade? 46
– De que mais gosta na Universidade do Porto?
Das boas condições, humanas especialmente, para fazer investigação científica.
– De que menos gosta na Universidade do Porto?
Das praxes académicas que não envolvem apenas confraternização.
– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?
Contratar mais cientistas para cargos de professor.
– Como prefere passar os tempos livres?
Passear e visitar locais de interesse cultural, paisagistico ou gastronómico, ou tudo junto…
– Um livro preferido?
A tetralogia «O Reino», de Gonçalo M. Tavares.
– Um disco/músico preferido?
O album «Reflektor», dos Arcade Fire.
– Um prato preferido?
Cozido à Portuguesa.
– Um filme preferido?
«Primavera, Verão, Outono, Inverno… e Primavera», de Kim Ki-Duk.
– Uma viagem de sonho?
Tahiti ou outras ilhas polinésias.
– Um objetivo de vida?
Ter como ocupação principal aquilo de que gosto fazer.
– Uma inspiração? (pessoa, livro, situação…)
Os meus predecessores científicos.
– O projeto da sua vida…
Realizar descobertas relevantes.
– Uma ideia para promover a investigação da U.Porto a nível internacional?
Estabelecer parcerias com fundações privadas, nacionais ou internacionais, para financiar programas de investigação ou laboratórios batizados com o nome daquelas.