Narsireddy Anugu (Pessoa)Narsireddy Anugu, estudante indiano do Programa Doutoral em Engenharia Física da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), integra a equipa de investigação internacional que está responsável pelo projeto GRAVITY, o instrumento mais poderoso construído para telescópios terrestre.

Na FEUP desde 2012, Narsireddy Anugu é originário de Hyderabad, uma cidade do Sul da Índia. Depois de realizar um mestrado em instrumentação no Instituto Indiano de Astrofísica, em Banglore, entrou para a equipa de investigação SIM, depois de ter participado num concurso internacional. “Quando terminei o meu mestrado queria continuar a minha carreira de investigador desenvolvendo em instrumentação de topo a nível mundial. Apesar de ter sido também aceite numa equipa japonesa decidi vir para Portugal porque o instrumento onde iria participar é um dos melhores em todo mundo”.

Perfeitamente adaptado à comida e aos vinhos portugueses, Narsireddy Anugu considera que a própria organização do programa doutoral em Engenharia Física da FEUP contribuiu para se sentir integrado: “ é muito próxima dos estudantes e foi muito fácil a minha integração. Os cursos que segui estavam adaptados à investigação que iria realizar. Também tenho muito boas condições: gabinete e apoio para viagens profissionais. Por outro lado o programa está integrado na rede de doutoramento da FCT IDPASC, do qual obtive uma bolsa de doutoramento o que foi muito importante para o mim. A direção do programa doutoral também dá muita importância à empregabilidade dos estudantes”, explica o estudante indiano.

– Do que mais gosta mais na Universidade do Porto / FEUP?

Fazer o doutoramento numa das melhores escolas de engenharia europeia é bom para a minha empregabilidade futura, sobretudo porque trabalho em instrumentação. A FEUP tem muitas atividades para doutorandos desde o Congresso Doutoral em Engenharia, até à formação complementar e outras atividades que aumentam a minha empregabilidade. Também gostei muito da FEUP porque o ambiente é muito aberto e nunca me senti discriminado pela cor da minha pele. Há muitos estudantes internacionais e fiz muitos amigos. No ano passado até foi realizada uma festa indiana – o Diwali!

Ao nível da investigação, participei numa equipa internacional com colegas da Alemanha, França e Portugal. Foi muito interessante pois pude conhecer vários laboratórios e trabalhar de perto com profissionais de topo mundial. Por outro lado, também tive a oportunidade de estar presente em várias escolas de verão e conferências permitindo-me conhecer bem a área da instrumentação avançada para astrofísica. Também viajei muito em Portugal, Espanha, Itália, França, Alemanha, Canadá e Chile.

– Do que é que gostou mais de Portugal?

Da comida e do vinho Português.

– Do que é que tem mais saudades da Índia?

Da família, como é óbvio, e também da comida com especiarias mais fortes. Também tenho saudades de jogar críquete.

– Do que menos gostou na sua experiência?

O pior de tudo foi ter de tratar dos papéis para os VISA’s e residência. Como não tenho um VISA de Schengen tenho de passar muito tempo para ter um novo VISA, sempre que preciso de sair de Portugal. Apesar das pessoas serem simpáticas o procedimento é complicado. No princípio também estranhei o frio, pois venho de uma região mais quente, mas agora estou habituado. Outra grande diferença que encontrei foi a quantidade de pessoas, aqui há muito menos pessoas aqui do que na Índia, mas não considero isto negativo, apenas diferente.

– Como prefere passar os tempos livres?

Com a família ou vendo filmes/jogos de críquete

– Um livro preferido?

“Uma breve história do tempo”, Stephen Hawking.

– Um disco ou uma música preferida.

Não sou grande fã de música, mas às vezes gosto de ouvir canções, de filmes de  Bollywood, compostas por  A. R. Rahman.

– Um prato preferido?

Tenho dois: Hyderabadi biryani e Francesinha.

– Um filme que o tenha marcado?

” Lagaan”. É um filme em lÍngua Hindi. É um filme épico sobre desporto, com a independência da Índia em pano de fundo.

– Uma viagem de sonho?

Duas viagens: aos Himalaias pela sua beleza; e às pirâmides do Egito pela grande obra de engenharia que são.

– Uma citação/lema de vida?

Gosto desta citação de Buddha: “Não viva no passado, não sonhe com o futuro, concentre a mente no momento presente.”