19 anos, estudante de Engenharia e Gestão Industrial na Faculdade de Engenharia da U.Porto. Miguel Lunet é um dos milhares de estudantes que entraram na Universidade do Porto em tempo de pandemia, deixando para trás a possibilidade de experienciar o primeiro ano de vida académica em pleno. Mas isso não o deteve de concretizar os seus objetivos. Antes pelo contrário, motivou-o a realizar um dos seus sonhos: lançar o seu primeiro álbum de originais a solo, intitulado “Ensaios”.

Diretamente da cave de Miguel para o mundo, saíram 11 letras e músicas da sua autoria, sendo também responsável pela produção, gravação e mistura com a ajuda do irmão Pedro, para os baixos e guitarras, e da irmã Maria, para as vozes e segundas vozes.

Compositor, letrista e produtor musical, com formação em piano clássico e teoria musical, Miguel não é novo nestas andanças. Aos 9 anos, lançou o livro de poesia “O Mundo Perfeito” e aos 14 fez parte do elenco do musical ‘Grease’. Seguiram-se anos de participações em programas televisivos como o ‘Got Talent’ e o ‘Aqui Portugal’ (RTP) e até como artista de rua na cidade do Porto.

“Para mim, a música é multidimensional. Uma das suas componentes é a possibilidade de conexão com as pessoas. A proximidade do público sempre foi algo que tentei cultivar e, de facto, não há local melhor para isso do que as ruas portuenses”, confessa o estudante.

Atualmente, Miguel divide o seu tempo entre a música e a engenharia, esticando as horas com a sua organização e foco e aproveitando os períodos livres para se focar em formações de escrita de letras de canções.

Habituado a dividir o seu dia entre as atividades da escola, a equipa de futebol federado e até a arbitragem, o estudante da FEUP consegue conciliar os estudos na sua área de eleição – o gosto pela matemática e a física nunca desapareceu – com os ensaios e as gravações, “sem comprometer o sucesso académico”.

E ainda bem que o faz simultâneo, já que a sua grande ambição é, “um dia, conseguir ligar a engenharia à música através de uma equipa de desenvolvimento de produto numa empresa de software e hardware musical”, confidencia Miguel Lunet.

Ser artista de rua na cidade do Porto era um dos hobbies do estudante. (Foto: DR)

Naturalidade? – Sou natural de Espinho, mas vivo na Granja

Idade? 19 anos

– De que mais gosta na Universidade do Porto?

Gosto especialmente do ambiente de entreajuda e partilha de conhecimento entre todos os estudantes, estimulado através das várias associações estudantis. Nestas, são frequentes as palestras sobre os mais variados temas que permitem aos estudantes expandir os seus horizontes.

– De que menos gosta na Universidade do Porto?

Num ano tão atípico, senti a falta do convívio universitário de que os meus pais e colegas mais velhos falavam com entusiasmo. Acredito que este ano foi uma exceção e que vou poder ter essa experiência.

– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

Abraçando a ideia da resposta anterior, acredito que a vida académica voltará ao normal e que os corredores da faculdade se vão encher aos poucos. Só depois de presenciar todo a experiência da Universidade, poderei ter alguma melhoria a sugerir.

– Como prefere passar os tempos livres?

Gosto muito de ouvir e fazer música, escrever letras e passear à beira-mar. Para além disso, gosto de conviver com os meus amigos e família e de jogar futebol.

A música sempre fez parte da vida de Miguel Lunet. (Foto: DR)

– Um livro preferido?

O Deus das moscas, de William Golding.

– Um disco/músico preferido?

Ouço muita música, de diferentes gerações e estilos. Valorizo muito a letra e, por isso, ouço essencialmente música portuguesa e brasileira. Alguns dos meus músicos favoritos são o Rui Veloso, o Miguel Araújo, o António Zambujo, o Jorge Palma, o Caetano Veloso e o Seu Jorge.

– Um prato preferido?

Sou fã da cozinha portuguesa, italiana e japonesa, mas o vencedor do prato favorito é o arroz de pato.

– Um filme preferido?

“Variações”, um filme que retrata os últimos anos de vida do António Variações.

– Uma viagem de sonho?

Islândia. Foi uma viagem de família, onde demos uma volta completa à ilha, em contacto muito próximo com a Natureza. Tenho vontade voltar e espero encontrar, novamente, um espaço pouco explorado pelo Homem.

Miguel, na Islândia, numa viagem de família. (Foto: DR)

– Um objetivo de vida?

Ser feliz e ter a música sempre presente, a nível profissional ou enquanto hobby. Independentemente do número de visualizações nas plataformas digitais, tenho como objetivo construir um legado, que possa mostrar futuramente à minha família.

– Uma inspiração?

Os meus pais. No campo da música, Rui Veloso e Carlos Tê.

– O projeto da sua vida?

Gostava de ter uma grande família e de lhe conseguir transmitir a alegria e o valor da música.

– Uma ideia para promover uma maior ligação entre a Universidade e a comunidade?

A maior dinamização das playlists de estudo, no Spotify da Universidade do Porto, incluindo projetos dos próprios estudantes, desde a música aos podcasts.