Nascida em Espinho há 33 anos, Mariana Kaiseler considera que a dedicação e a persistência são as suas maiores qualidades. Com um vasto currículo a nível internacional e nacional, esta investigadora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP) recebeu recentemente uma das prestigiadas bolsas Marie Curie – no valor de 100 000 euros – para desenvolver o projeto SCOPE, no qual são avaliados factores de stress e coping em agentes da polícia portuguesa.

Licenciada em Educação Física pela ESE Jean Piaget, concluiu o mestrado na área da Psicologia do Desporto e o doutoramento na área da Psicologia do Desporto, ambos em Inglaterra, investigando stress e coping em atletas de elite. Motivada por voltar para Portugal, trocou “o certo pelo incerto” e contactou a FPCEUP, onde começou a procurar uma bolsa para desenvolver o projeto de pós-doutoramento de stress e coping na Polícia. E foi numa sessão na Reitoria que ouviu falar nas bolsas Marie Curie, às quais decidiu concorrer. À segunda tentativa ganhou a bolsa e conseguiu que o projeto ficasse entre os 20 melhores da Europa.

Atualmente, com vários projetos de investigação a decorrer em simultâneo no Laboratório de Reabilitação Psicossocial da FPCEUP, Mariana Kaiseler complementa a investigação na área da Psicologia com uma abordagem interdisciplinar em colaboração com outros investigadores das faculdades de Engenharia (onde é professora auxiliar convidada) e de Ciências da U.Porto. Acredita nas mais-valias da investigação em equipa e complementa que todos os elementos são essenciais para atingir o objetivo final. O espírito positivo é também uma característica que aprecia nas pessoas com quem trabalha.

O que é que mais gosta na Universidade do Porto?

Diversidade de áreas de saber competentes. Apoio e suporte ao empreendedorismo.

O que é que menos gosta na Universidade do Porto?

A parte burocrática, que nos faz perder imenso tempo…

Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

Incentivar a colaboração entre grupos de investigação, de forma a potencializar o know-how interno face à concorrência internacional.

Como prefere passar os seus tempos livres?

Fazer desporto, andar a pé e estar ao ar livre. Adoro viajar e estar com quem mais gosto.

Uma viagem de sonho (realizada ou por realizar)?

Gosto bastante do Rio de Janeiro, acho uma cidade fantástica. Mas tenho um grande desejo de viajar pela América Central e conhecer a Costa Rica.

Um livro preferido?

Tenho imensa dificuldade em responder a essa pergunta porque todos os livros que leio e escolho têm a ver com a fase de vida em que estou e por isso não consigo eleger o preferido.

Um disco / músico preferido?

Vários. Pearl Jam, Coldplay, gosto de reggae em geral. Quanto a artistas nacionais, Rui Veloso e GNR.

Um filme preferido?

É daquelas perguntas difíceis, mas estou tentada a dizer “A vida é bela” do Roberto Benigni.

Um prato preferido?

Panados com massa e molho de tomate.

Uma inspiração?

Há várias… Inspiração social: Nelson Mandela. Inspiração pessoal: a minha mãe. Uma inspiração de vida: “não fazer aos outros aquilo que não gosto que me façam a mim”.

Um objetivo?

Ser feliz e contribuir para a felicidade dos outros.

Um sonho por cumprir?

A viagem à Costa Rica.

O que significa para si o prémio Marie Curie?

Reconhecimento científico e pessoal, pelo esforço e dedicação ao longo dos anos. Dado que foi a primeira Marie Curie na FPCEUP, fico feliz também por ter contribuído de forma positiva para a instituição e particularmente para a equipa de trabalho fantástica em que estou inserida – LabRP. Este prémio é, sem dúvida, um incentivo para continuar a dar o meu melhor todos os dias.

Quanto ao objetivo principal desta Marie Curie – integração na carreira em Portugal, não estou certa que seja possível atingir este objetivo, atendendo às condições atuais do país, mas os objetivos do projeto com certeza serão cumpridos.