Aos 27 anos, Júlio Alejandro Costa já é mais do que uma promessa dentro da investigação na área das Ciências do Desporto em Portugal. Autor de vários artigos publicados nalgumas das principais revistas científicas da área, este estudante de doutoramento da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) foi recentemente distinguido com o Prémio Ciências do Desporto 2018 – categoria Fisiologia e Biomecânica do Exercício, atribuído pelo Comité Olímpico de Portugal (COP) e pela Fundação Millennium BCP.
Natural de Caracas, Venezuela, onde nasceu a 26 de Junho de 1991, Júlio Alejandro Henriques da Costa é licenciado em Ciências do Desporto pela Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra (FCDEF-UC). Em 2013, decide trocar Coimbra pelo Porto para ingressar no mestrado em Treino de Alto rendimento desportivo na FADEUP, que finaliza com distinção em 2015. É também no mestrado que começa a interessar-se pela investigação na área do futebol feminino, com especial enfoque no estudo dos efeitos do exercício na atividade cardíaca e no sono em atletas de elite. Uma temática que vem aprofundando, desde 2016, enquanto estudante do programa doutoral em Ciências do Desporto na FADEUP.
E foi precisamente durante o doutoramento que Júlio desenvolveu o trabalho agora distinguido com o Prémio Ciências do Desporto 2018 , no valor de 5 mil euros. “É sempre um motivo de satisfação e um incentivo para prosseguir a investigação nas Ciências do Desporto”, destaca o estudante, cujo trabalho conta com o apoio da FADEUP, do Centro de Investigação, Inovação, Formação e Intervenção em Desporto (CIFI2D), como unidade de investigação associada, e da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Pelo meio, tornou-se o o primeiro português a receber – através de uma universidade portuguesa – uma bolsa da FIFA (FIFA Research Scholarship 2017), no valor de 23 mil dólares.
Em paralelo com o percurso académico e científico, Júlio Costa soma também várias experiências como treinador de futebol feminino, tendo conquistado recentemente (época 2018-2019) a Taça de promoção ao serviço do Valadares Gaia FC. Porquê a paixão pelo futebol feminino? A resposta serve-se com uma citação de Joseph S. Blatter, antigo Presidente da FIFA: “The future of football is feminine”.
Naturalidade? Caracas, Venezuela.
Idade? 27 anos
– De que mais gosta na Universidade do Porto?
Direcionando para a FADEUP, posso dizer que gosto muito das instalações e dos professores.
– De que menos gosta na Universidade do Porto?
A distância que sinto entre as faculdades. Talvez por ter estudado em Coimbra…
– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?
Atribuir maiores/melhores oportunidades e condições aos jovens investigadores, nomeadamente, a todos aqueles que pretendem iniciar as suas carreiras junto das instituições em que se formaram.
– Como prefere passar os tempos livres?
Viajar e praticar desporto. Estar com os amigos e a família, sempre por perto.
– Um livro preferido?
São muitos… Mas para mim, os de banda desenhada são os melhores.
– Um disco/músico preferido?
Gosto muito dos Deolinda. Mas, ouço um pouco de tudo.
– Um prato preferido?
Bem, como sou uma pessoa que gosta muito de comer, costumo sempre dizer que não sou “esquisito”. Um bom prato, é sempre aquele que não nos falta.
– Um filme preferido?
Não consigo fazer uma seleção específica. Mas enquanto criança/adolescente, um filme que me marcou imenso foi a “A vida é bela”.
– Uma viagem de sonho (realizada ou por realizar)?
A viagem de sonho seria dar a “tal” volta ao mundo, conhecendo o máximo possível do que nos rodeia. Venezuela…gostaria de lá passar novamente.
– Um objetivo de vida?
Continuar feliz e ter por perto todos aqueles que me fazem bem.
– Uma inspiração? (pessoa, livro, situação…)
Inspiração… muito difícil porque são muitas as pessoas que sigo como exemplo. Desde os meus pais e irmãs, como os meus professores.
– Uma ideia para promover a investigação nas Ciências do Desporto?
Uma das ideias, e uma vez mais, seria criar melhores/maiores condições e acessos a bolsas de investigação, principalmente aos que estão a iniciar a carreira enquanto investigadores.