A paixão pelo desporto apareceu desde muito cedo na vida de João Souto. Tanto que, aos 25 anos, concilia a carreira de hoquista ao mais alto nível com o curso de Medicina, que está a terminar na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

O hóquei de patins entrou na vida de João Souto aos seis anos de idade. A inspiração chegou-lhe através do pai, que foi jogador de hóquei e dirigente do Fânzeres, a sua terra natal. Sempre soube que o pai ficaria muito feliz se ele desse continuidade ao “desporto de tradição da sua terra” e, quando teve oportunidade de assistir aos treinos e praticar pela primeira vez, percebeu logo que o hóquei seria parte integrante da sua vida. Formado no FC Porto, foi campeão nacional pelo Valongo, em 2015. Hoje, defende hoje as cores da Oliveirense, um dos “grandes” do hóquei nacional, e da Seleção Nacional, pela qual sonha “ser campeão do Mundo”.

Na FMUP desde 2017, o futuro médico está a um exame de concluir o curso. (Foto: DR)

Mais tardia, mas igualmente arrebatadora, é a paixão de João pela Medicina. Na escola secundária, ao contactar com o universo das Ciências, percebeu rapidamente que lhe agradava a ideia de poder cuidar de pessoas. Entrou na FMUP em 2011 e, este ano, é finalista, faltando-lhe apenas realizar o exame – o Harrison – para a escolha da especialidade. “Sempre foi um dos grandes objetivos da minha vida e comprovei ao longo dos anos que com organização, método e paixão pelas duas coisas é possível. (…) Só tenho a agradecer à FMUP, a toda a estrutura e a todos os professores, porque todos foram compreensivos. Quando não era pelas regras e estatutos da faculdade, era pela compreensão e bondade dos professores, que sempre me deram facilidade para faltar ou fazer exames em épocas especiais”, declarou recentemente, numa entrevista ao site MaisFutebol.

Aluno esforçado, organizado e com método de trabalho, espera conseguir optar pela especialidade de Ortopedia, aquela que considera mais próxima do seu desporto de eleição e que lhe permitirá um futuro sempre ligado ao desporto em geral: “O desporto ajudou-me a entrar no curso de Medicina, por isso espero que a Medicina me permita ficar ligado ao desporto”, confessa.

João Souto é uma pessoa com duas paixões que aparentemente podem ser tão díspares e até consideradas por alguns como incompatíveis, mas que no seu projeto de vida pessoal se complementam totalmente.

Naturalidade? Gondomar

Idade? 25 anos

– De que mais gosta na Universidade do Porto? 

Da excelência e da qualidade do ensino prestado com os melhores profissionais.

– De que menos gosta na Universidade do Porto?

Do facto de todas as Faculdades da U.Porto não estarem centralizadas num só local para promover a interação entre os diversos cursos.

– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

Na sequência da questão anterior, seria a centralização e comunicação frequente entre todas as Faculdades da U.Porto.

– Como prefere passar os tempos livres?

No cinema com a namorada ou em convívios com os amigos.

– Um livro preferido?

O Código Da Vinci de Dan Brown.

– Um disco/músico preferido?

Natiruts.

– Um prato preferido?

Leitão da Bairrada.

– Um filme preferido?

“Clube Dallas” (2013), de Jean-Marc Vallée.

– Uma viagem de sonho?

Visitar o Macchu Picchu.

– Um objetivo de vida?

Acabar o curso de Medicina e ser campeão do Mundo de hóquei em patins.

– Uma inspiração?

A minha família.

– O projeto da sua vida…

Ser ortopedista e conciliar a minha carreira profissional com a vertente desportiva .

– Como se revê nas seguintes designações profissionais: João Souto, médico/hoquista ou João Souto, hoquista/médico? 

No futuro revejo-me mais na expressão médico/hoquista, dando maior importância na minha vida à minha carreira profissional como médico e deixando o hóquei em patins para um segundo plano, mais como um hobby. Ainda assim, nunca deixarei de levar muito a sério o meu compromisso com o hóquei em patins, até porque sei que o meu espírito competitivo e vontade de vencer nunca me permitirão desleixar.

De futuro, inevitavelmente, a minha vida focar-se-á mais na Medicina, porque essa será a minha profissão mais prolongada no tempo e também porque compreendo que o hóquei em patins será um desporto/profissão com uma duração mais curta. No seguimento desta questão, considero ainda importante reforçar a ideia e relembrar os pais de crianças que começam a praticar hóquei ou outro desporto, que é de grande importante que exista um compromisso paralelo entre a escola e os estudos.