João Moura foi o vencedor da Bolsa de Doutoramento Nuno Grande 2023. Com um projeto na área da neurologia que tem por objetivo identificar anticorpos que permitam a deteção precoce e, consequente tratamento de encefalites autoimunes, o estudante do programa doutoral em Ciências Médicas recebeu o prémio na Sessão Solene dos 49 anos do ICBAS, que decorreu no passado dia 13 de maio.
“Um prémio, que muito me honra, que vai permitir a possibilidade de mapear e registar a doença em Portugal”, frisou o vencedor durante o discurso de agradecimento.
João Moura, autor do projeto de doutoramento In-depth clinical, paraclinical and immunological analysis of seronegative autoimmune encephalitis, é também médico interno de Neurologia no Hospital Santo António.
Idade: 30 anos
Naturalidade: Vitória, Porto
– Do que mais gosta na Universidade do Porto?
Na falta de algo mais concreto para o definir, o que mais gosto na Universidade do Porto é da sua essência. Da qualidade do ensino e investigação, fruto da dedicação e trabalho das suas pessoas, que nos desafiam e ensinam a questionar. Do sentido de pertença a uma academia que vive em simbiose com a Cidade, sendo a identidade das duas indissociável. Das vivências que nela partilhamos com os nossos. Tive a sorte de aprender isso de que mais gosto em Biomédicas.
– Do que menos gosta na Universidade do Porto?
Não sendo um problema específico da Universidade do Porto, assusta-me a ausência de soluções de habitação para os estudantes do ensino superior e que isso ponha em causa a possibilidade de algumas pessoas se formarem.
– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?
Penso que poderiam ser criados programas que estimulassem a colaboração entre diferentes faculdades da Universidade do Porto em projetos de investigação translacional, nas diversas áreas.
– Como prefere passar os tempos livres?
Não são tantos como gostaria, mas aproveito para conviver com amigos, caminhar, ler e viajar.
– Um livro preferido?
Tenho vários… Alguns dos que mais gosto são o Chaos de James Gleick, A Brief History of Time de Stephen Hawkins, e qualquer livro de Oliver Sacks.
– Um disco/músico preferido?
É difícil escolher apenas um estilo, quanto mais um músico. Aprecio The The, The Cranberries, Artic Monkeys, entre outros.
– Um prato preferido?
Comida italiana, lato sensu.
– Um filme preferido?
Cresci a ver Rei Leão (1994), Star Wars e Harry Potter, por isso são filmes que me dizem bastante. Fight Club e Good bye Lenin! também são dos meus preferidos.
– Uma viagem de sonho?
Adorava um dia viajar pelos Galápagos e outras ilhas do Pacífico.
– Um objetivo de vida?
A procura pelo saber, parece-me um bom mote.
– Uma inspiração?
Uma personalidade que considero inspiradora é o Prof. Corino de Andrade, pelo seu legado, como médico e investigador, colocando Portugal no mapa da Neurologia à escala mundial, e também pelo seu caráter e convicções, enquanto manifesto opositor ao regime ditatorial da época. É um orgulho aprender na escola e no serviço que fundou.
– O projeto da sua vida?
Fui-me apercebendo que somos mais felizes quando nos focamos em metas concretizáveis a curto-médio prazo. Em última análise, o projeto só fica pronto no fim.