Professor Catedrático na Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), investigador e vice-diretor do Laboratório de Inteligência Artificial e Apoio à Decisão (LIAAD) do INESC TEC, João Gama tem dedicado os últimos 20 anos à investigação nos domínios da aprendizagem automática, aprendizagem de dados em tempo real e fluxos de dados. E é dos melhores a fazê-lo. Ou não tivesse um h-índex (que quantifica a produtividade e o impacto de cientistas) notável de 54, no Google Schoolar, fruto de uma intensa atividade científica traduzida em mais de 250 artigos científicos assinados em coautoria.

Autor de vários livros, entre os quais a obra “Inteligência Artificial: Uma abordagem de aprendizado de máquina”, que lhe valeu o mais importante prémio Literário Brasileiro em 2012 na categoria de Tecnologia e Informática, é também membro do conselho editorial de revistas internacionais e membro sénior da associação IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers).

Participa ainda em vários projetos nacionais e europeus sobre sistemas de aprendizagem incremental e adaptativo, descoberta de conhecimento em tempo real, e aprendizagem de dados massivos e estruturados.

Um perfil que não foi ignorado pelo portal Guide2Research, o mais importante portal de pesquisa do mundo na área das Ciências da Computação, que colocou João Gama na 2175.ª posição do ranking mundial dos melhores cientistas do mundo na área das Ciências da Computação em 2020, e no 3.º lugar entre os 13 portugueses selecionados, graças ao seu percurso científico e académico.

Recentemente, também a Associação Europeia para a Inteligência Artificial (EurAI) elegeu o investigador EurAI Fellow, pela qualidade e relevância do seu trabalho na área de Inteligência Artificial.

Duas distinções que o professor da FEP atribui “ao empenho, dedicação e trabalho ao longo de mais de 20 anos” e que não hesita em partilhar com colegas e alunos com quem tem trabalhado: já supervisionou mais de 65 alunos durante a sua carreira (15 estudantes de doutoramento e 50 de mestrado).

Naturalidade? Lamego

Idade? 65 anos

– De que mais gosta na Universidade do Porto?

A liberdade de pensar, atuar, discutir

– De que menos gosta na Universidade do Porto?
O peso da burocracia, a falta de agilidade

 – Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto
A criação de uma Escola Doutoral.

– Como prefere passar os tempos livres?
Sociabilizar. Com a família e amigos.
Caminhar, de preferência à beira-mar.

– Um livro preferido?
Os livros do Noah Harari são um encanto e uma descoberta recente.
Aprendi bastante com o “Sapiens” e com “Homo Deus; a história do amanha”.

– Um disco/músico preferido?
A música dos anos 70 e 80.
Gosto bastante de alguma da boa música Portuguesa, na linha do José Afonso.

– Um prato preferido?
De carne: Picanha.
De peixe: Bacalhau á Zé do Pipo.
Acompanhados por um bom vinho do Douro.

– Um filme preferido?
Em geral, os filmes do Francis Ford Coppola.

– Uma viagem de sonho?
Todos os lugares onde ainda não fui são bons candidatos.
A realização depende das oportunidades …

– Um objetivo de vida?
A curto prazo: viver.
A longo prazo: o mesmo!

– Uma inspiração?
As pessoas que transmitem energias positivas são fonte de inspiração.
É com essas pessoas que gosto de trabalhar e é essa atitude que gosto de transmitir aos que trabalham comigo.

– Um projeto de sonho?
A área em que trabalho é muito apelativa. O objetivo é conseguir sistemas capazes de monitorizar o seu próprio funcionamento, autodiagnosticar problemas, autoconfigurar e autorreparar. Sistemas cada vez mais autónomos, e “inteligentes”. Pequenos passos nesta direção, são motivo de grande satisfação!

– Um conselho para os investigadores mais jovens que estão a começar o seu percurso na sua área?
Há dimensões que considero muito relevantes: trabalho, dedicação, persistência, e pensar pela própria cabeça.