Isabel Pereira Leite nasceu no Porto, em 1958. Licenciou-se em História na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) em 1981, tendo feito na Faculdade de Letras da Universidade Coimbra o Curso de Bibliotecária-Arquivista-Documentalista, pós-graduação que terminou em 1983.Foi bibliotecária na Escola Superior de Educação do IPP, até ter regressado à FLUP, em 1988, para desempenhar funções semelhantes, sendo hoje responsável pela Biblioteca Central.
Acredita que os livros são “o espelho do mundo” e é por isso que é umas das comissárias do programa “Livres como Livros”, iniciativa que – através dos subprogramas “Livros da Minha Vida” e “A Arte de Sermos Livros” – pretende “dinamizar as práticas de leitura na sociedade, convidando personalidades da Universidade e da cidade a darem os seus testemunhos enquanto leitores”.
À frente da Biblioteca Central da FLUP, Isabel Pereira Leite foi responsável pela conceção e montagem de mais de uma centena de exposições bibliográficas, tendo ainda organizado e participado em numerosos encontros científicos especialmente relacionados com as ciências documentais, em Portugal e no estrangeiro. Tem também integrado júris de concursos literários dentro e fora da U.Porto e representado a Universidade em várias ocasiões, sendo membro de alguns organismos e comissões.
Publicou cerca de 40 títulos e tem coordenado projetos ligados ao livro, à leitura e à divulgação da produção científica da U.Porto. É também investigadora do CITCEM (Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória), fazendo parte do Conselho Redatorial da CEM, revista por este editada. Por tudo isto considera-se uma sortuda por trabalhar num lugar onde gostar de chegar todos os dias: a Biblioteca Central da FLUP.
De que mais gosta na Universidade do Porto?
Isabel Pereira Leite é uma das comissárias da iniciativa "Livres como livros".
Do facto de ser a minha segunda casa, desde 1977. Isto diz quase tudo; mas há mais! Gosto da sua Alma, do orgulho que tem nas suas origens, do seu dinamismo, da sua força, da diversidade que contém e das suas portas abertas para a cidade e para o mundo.
De que menos gosta na Universidade do Porto?
Que continuemos a ter presentes duas trilogias: “excelência + arrojo + dedicação”, a par de “individualismo + deslealdade + desconfiança”, embora saiba que é o que vai acontecendo em todo o lado… Mas a Universidade do Porto não tem que ser assim!
Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?
Investir mais nos afetos, olhando-nos uns aos outros “olhos nos olhos”; trabalhando uns com os outros, na maior transversalidade possível entre todas as faculdades e dentro delas. Sei que é difícil, mas não impossível.
Como prefere passar os tempos livres?
Com os anos, vou aprendendo a fazer escolhas. Cada vez oiço mais música e leio mais. Escrevo, desenho, colo cacos de objetos partidos, converso pelos cotovelos e adoro estar com aqueles de quem gosto. Entretenho-me a fazer colares e pulseiras com pérolas e pedras semipreciosas, isto há mais de 25 anos. É algo que me acalma. De vez em quando, olho pela janela quase horas a fio, embora não veja nada do que se passa lá fora.
Uma viagem de sonho (realizada ou por realizar)?
Realizada: Rio de Janeiro ( março de 2011)
Desejada: Goa (parece-me que vou ter de esperar um bom bocado mais…)
Um livro preferido?
“Gaspar, Belchior e Baltazar”, de Michel Tournier (1980)
Um disco preferido?
Clássica: “Music for the Royal Fireworks”, de Haendel (1749)
Pop/Rock: “Selling England by the Pound”, dos Genesis (1973)
Um prato preferido?
Seja o que for que tenha chocolate, porque é o melhor manjar do universo e arredores.
Um filme preferido?
“Dos Homens e dos Deuses”, de Xavier Beauvois (2010)
Uma inspiração?
A Vida.
Um objetivo?
Continuar a permitir que façam de mim “parva” desde que saibam que eu sei e que estou a deixar, sem nunca arranhar a minha consciência ou ultrapassar os limites que ela me impõe.
O “Livres como Livros” significa para si…
A concretização de um projecto que pretende criar e aprofundar laços entre as pessoas, através dos livros, já que sabem tão bem falar em silêncio e ser o espelho do mundo.