Aos 59 anos, Henrique José Cyrne de Carvalho não dispensa duas a três idas semanais ao ginásio, intercaladas com “escapadinhas” pontuais ao mar ou à neve. Afinal, tem que estar em forma para enfrentar os exigentes desafios que enfrenta diariamente, seja como médico cardiologista, professor universitário ou investigador. O próximo, assume-o esta segunda-feira, quando tomar posse como novo Diretor do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), com mandato até 2022.
Formado em Medicina pelo ICBAS (1983) e doutorado em Medicina (2001), Henrique Cyrne de Carvalho é docente nas Biomédicas desde 1985. Quase tão antiga é a sua ligação ao vizinho Hospital de Santo António – Centro Hospitalar do Porto (CHP) – onde tem exercido a prática clínica e dirigiu o Serviço de Cardiologia e o Laboratório de Hemodinâmica.
No ICBAS, foi Diretor do Mestrado Integrado de Medicina, para além de ter assumido outras funções de dirigentes e consultivas. É ainda autor de numerosos artigos científicos em publicações nacionais e internacionais. O ensino e a investigação são, de resto, duas áreas que prometem andar lado a lado durante o seu mandato como Diretor do ICBAS, o qual quer afirmar “como um centro de referência da investigação e formação nas Ciências da Vida e da Saúde”.
Praticante assumido de desporto, Henrique Cyrne de Carvalho valoriza a leitura e a música, bem como o gosto pelas viagens, acompanhado sempre “pelas pessoas que dão luz e significado à (sua) vida”. Entre estas, não esquece os fundadores do ICBAS, nomeadamente o Professor Nuno Grande, sua grande inspiração como pessoa, médico e professor.
Naturalidade? Porto
Idade? 59 anos
– De que mais gosta na Universidade do Porto?
Do seu prestígio, da sua grande pluralidade e da forma como cada vez mais intervém na realidade da vida civil do Porto e do País.
– De que menos gosta na Universidade do Porto?
Das dificuldades que tem tido no alojamento em proximidade dos estudantes deslocados que cada vez em maior número a procuram para a sua formação.
– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?
A melhoria da U.Porto surge de forma natural se todos os responsáveis pelas Unidades Orgânicas tiverem a humildade de perceber que mesmo fazendo um excelente trabalho e desempenho podem ser melhorados.
– Como prefere passar os tempos livres?
Sou um grande adepto da atividade física. Frequento o ginásio duas a três vezes por semana. Gosto de desportos aquáticos e de neve. Sou um apaixonado pelo motociclismo.
– Um livro preferido?
Dos clássicos da literatura portuguesa: os “Maias” de Eça de Queiroz; de resto, os últimos que li: “Até que as pedras se tornem mais leves que a água”, de Lobo Antunes, e “Sapiens”, de Yuval Harari.
– Um disco/músico preferido?
Gosto de vários géneros e vários músicos. Posso destacar Kenny G, Diana Krall, Jack Johnson e Rui Veloso, como exemplos.
– Um prato preferido?
Cozido à portuguesa.
– Um filme preferido?
The Deer Hunter / O Caçador (1978), de Michael Cimino.
– O que mais o apaixona?
A magia do início de cada dia e a expetativa do que de novo pode ser realizado, acompanhado pelas pessoas de quem mais gosto e que são a razão da minha felicidade.
– Uma viagem de sonho?
Uma viagem às Maurícias com a minha mulher (… ainda por realizar).
– Um objetivo de vida?
Para mim o mais importante é a felicidade de realizar os projetos profissionais e pessoais, concretizando-os, abrindo e fechando ciclos, acompanhado pelas pessoas que dão luz e significado à minha vida.
– Uma inspiração? (pessoa, livro, situação…)
Nuno Grande sempre foi a minha inspiração como pessoa, como médico e como professor.
– O projeto da sua vida…
Manter-me ao serviço da Universidade do Porto e da minha profissão de médico enquanto achar que as posso servir com capacidade e dignidade; depois utilizar o tempo para tantas outras tarefas que tenho tido menos tempo do que gostaria para as realizar, disponibilizando-o para as pessoas que são as mais importantes para mim. Fim de um ciclo e início de um outro bem diferente.
– Uma ideia para promover uma maior ligação entre a Universidade e a comunidade?
Divulgar de forma muito clara nos meios de comunicação social de alcance nacional e de grande divulgação, os índices de mérito nacionais e internacionais da U.Porto, incluindo-os em sessões de formação e debate científico.
– Daqui a quatro anos quero orgulhar-me por…
Ter conseguido realizar um mandato com a projeção do ICBAS para o século XXI, manifestando-se como um centro de referência da investigação e formação nas Ciências da Vida e da Saúde, que possa ser motivo de orgulho para todos os diretores que me antecederam e, particularmente, para os seus fundadores.