É com muita vontade e curiosidade que Elisabete Martins, professora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), tem trilhado o seu caminho na Cardiologia nacional e internacional, afirmando-se e destacando-se na docência, na clínica e na investigação.

Este ano, chegou mais um reconhecimento: foi eleita coordenadora do Grupo de Estudo de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Portuguesa de Cardiologia. Com humildade, considera que o cargo é, antes de mais, “uma responsabilidade”. O seu objetivo é conhecer e dar a conhecer mais sobre a insuficiência cardíaca, “um verdadeiro problema de saúde pública”.

Quando criança, sonhava ser veterinária. A escolha final acabou por recair sobre Medicina. Concluiu o curso na FMUP, em 1996. Antes mesmo de o terminar, já colaborava na investigação, nesta Faculdade. Mais tarde, foi nesta mesma instituição que fez o Mestrado e o Doutoramento (2010), com um trabalho sobre miocardiopatia dilatada familiar (estudo FATIMA), com financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

A cardiogenética, as miocardiopatias, a imagem cardiovascular e a insuficiência cardíaca são as áreas em que se move, quer na clínica que exerce no Centro Hospitalar Universitário de São João desde que fez a especialidade, em 2004, quer na investigação que desenvolve na FMUP e no CINTESIS.

Lidera, na FMUP, o estudo F-CheckScreening of Fabry Disease in Portuguese Patients with Idiopathic Cardiomyopahies, que tem como objetivo o rastreio da doença de Fabry em doentes com miocardiopatias de origem desconhecida. É também investigadora responsável, na FMUP, do projeto CarPoS – Systemic Transthyretin Amiloydosis: Carpal Tunnel Syndrome in a Portuguese population, um estudo de rastreio de amiloidose cardíaca em doentes submetidos a cirurgia da síndrome do canal cárpico.

Além disso, é investigadora do estudo ZEUS, em pessoas com doença cardiovascular, doença renal crónica e inflamação, e responsável do Cardio-TTransform, em doentes com miocardiopatia amiloidótica por transtirretina (ATTR-CM). Já participou em vários registos e em diversos ensaios clínicos.

Para o futuro, tem muitas ideias e planos para uma investigação de ponta, mais colaborativa e competitiva, com o foco nas boas práticas e no cuidado multifacetado do doente, com união e otimização de recursos e com o necessário envolvimento da tutela para ultrapassar as dificuldades atuais, sobretudo, diz, a carência de recursos humanos.

Idade: 50 anos

Naturalidade: Porto

– Do que mais gosta na Universidade do Porto?

Da sua dinâmica.

– Do que menos gosta na Universidade do Porto?

Da burocracia.

– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

Manter os melhores.

– Como prefere passar os tempos livres?

Livremente, dependendo da ocasião e da companhia.

– Um livro preferido?

Orgulho e Preconceito, de Jane Austen.

– Um disco/músico preferido?

Ennio Morricone.

– Um prato preferido?

Cozido à portuguesa.

– Um filme preferido?

 O Pianista, de Roman Polanski.

– Uma viagem de sonho?

Volta ao mundo.

– Um objetivo de vida?

Apreciá-la.

– Uma inspiração?

Volodymyr Zelensky.

– O projeto da sua vida…

Encorajar corações.

– Uma ideia para promover a investigação da U. Porto a nível internacional?

Criar plataformas interdisciplinares para ideias e projetos.